O Bispo de Angers (França), Dom Emmanuel Delmas, testou positivo na prova do coronavírus COVID-19 ontem 15 de março, uma semana depois de estar no Vaticano para a visita ad limina com o Papa Francisco.

A Diocese de Angers informou neste comunicado 16 de março que o Bispo experimentou sintomas pela primeira vez durante sua estadia em Roma.

Dom Delmas formou parte de uma delegação de 31 bispos franceses que se reuniram com o Papa Francisco durante sua visita ad limina em 9 de março. Os meios do Vaticano compartilharam fotos dos prelados sentados cada um com um metro de separação e a uma distância significativa do Pontífice.

A audiência do Papa com os bispos franceses durou duas horas e meia, segundo um comunicado da Conferência Episcopal Francesa.

O Escritório de Imprensa da Santa Sé não respondeu a uma consulta da CNA –agencia em inglês do Grupo ACI- sobre se os bispos franceses saudaram o Papa Francisco com um aperto de mãos depois da reunião, como é habitual durante as visitas ad limina. A reunião se realizou um dia depois de que o Vaticano confirmou a implementação de medidas de precaução em coordenação com as autoridades italianas, e a Diocese de Roma anunciou a suspensão de todas as Missas públicas durante três semanas.

Os sintomas do coronavírus apresentados por Dom Delmas são leves e "sua condição não é motivo de preocupação", afirmou a Diocese de Angers.

Depois de conhecer seu diagnóstico, Dom Delmas, de 65 anos, pediu que "todos os fiéis perseverem na oração".

"Que este tempo de prova seja uma oportunidade para rezar, especialmente pelos doentes, os mais frágeis e os profissionais da saúde", disse o Bispo.

Em Roma, os bispos franceses também se reuniram com funcionários nos diferentes dicastérios do Vaticano antes de que sua visita ad limina se visse interrompida pela piora da situação na Itália e França.

O período médio de incubação do coronavírus que causa a enfermidade respiratória COVID-19 é de 5,1 dias, segundo um estudo publicado em 9 de março por investigadores da escola de saúde pública do John Hopkins, que determinou que o 97.5% das pessoas desenvolvem sintomas de coronavírus dentro dos 11.5 dias de exposição.

O Papa Francisco manteve audiências privadas em 16 de março, reunindo-se com o Cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicasterio para os leigos, a família e a vida; Cardeal Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero; Paolo Ruffini, prefeito do Dicasterio para a Comunicação; e o Cardeal Giuseppe Betori, Arcebispo de Florência.

Desde sua volta da Itália, os bispos franceses estão limitando o contato com outras pessoas por precaução, disse a Conferência Episcopal Francesa aos meios locais.

Os casos de coronavírus na Itália cresceram rapidamente nas últimas semanas, superando a cifra de 27 mil. Segundo o Ministério de Saúde italiano, mais de 1.800 pessoas morreram pelo COVID-19 no país desde em 22 de fevereiro.

Até o dia 15 de março, confirmaram-se 436 casos confirmados do COVID-19 na Lazio, a região que rodeia Roma.

Declarou-se uma quarentena em todo o país na Itália até o 3 de abril para frear a propagação da pandemia.

A quarentena restringe o movimento dentro da Itália e requer que as pessoas fiquem em seus lares, exceto em casos de necessidade, que podem incluir ir ao trabalho, à farmácia, ao hospital ou ao supermercado.

A França também impôs restrições nacionais que fecharam todos os cafés, restaurantes e a maioria das empresas em todo o país depois de que mais de 125 pessoas morreram após contrair o vírus.

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