Após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, arquidioceses brasileiras publicaram algumas orientações a serem adotados sobretudo durante a Missa, a fim de prevenir a proliferação da doença no país.

Em comunicado publicado na quarta-feira, a Arquidiocese de Belo Horizonte ressalta o compromisso da Igreja em preservar e promover a vida “em todas as suas etapas”. “Por isso mesmo, a Igreja une-se aos que hoje buscam combater a disseminação do coronavírus, uma ameaça à saúde, principalmente dos idosos e enfermos”.

Nesse sentido, orienta o “Povo de Deus” a que, “durante as Missas, em vez do abraço da paz, busque fortalecer ainda mais o sincero sentimento de bem-querer em relação ao próximo. Na oração do Pai-Nosso, no lugar de unir as mãos, seja cultivado com mais intensidade o compromisso com a fraterna comunhão”.

Aos sacerdotes, pede “que orientem os fiéis a receberem a Sagrada Eucaristia nas mãos, acolhendo Cristo enquanto se reza pelo irmão enfermo”.

“Essas ações simples, no contexto de nossas celebrações, são muito significativas neste momento em que precisamos nos unir para combater a proliferação do coronavírus”, acrescenta.

Já nesta quinta-feira, a Arquidiocese da Paraíba divulgou comunicado no qual assinala que “a Igreja, sempre preocupada com a defesa da vida em todos os aspectos, acompanha com atenção a disseminação do coronavírus pelo mundo”.

Explica ainda que, “assim como outros vírus já conhecidos, o coronavírus é transmitido através do contato físico ou da saliva”. Por isso, pede que nas celebrações presididas nas paróquias da Arquidiocese “se evite o contato das mãos, assim como abraços, que acontecem na Oração da Paz e na Oração do Pai Nosso”, e que no momento da Comunhão, “a hóstia seja entregue na mão do fiel e não diretamente na boca”.

“São ações simples que não alteram em nada o sentido da celebração e ajudam no combate à proliferação do vírus”, ressalta a Arquidiocese, que também assegura sua “oração para que este novo mal seja controlado, assim como pelo completo restabelecimento da saúde dos enfermos”.

Por sua vez, a Arquidiocese de Olinda e Recife (PE) também solicita que as paróquias adotem medidas como: evitar o aperto de mão durante a acolhida aos fiéis; não dar as mãos ao rezar o Pai-Nosso; omitir o abraço da paz; e distribuir a comunhão somente sob um espécie e diretamente nas mãos diante do ministro.

Tais orientações são oferecidas, “diante da difusão do novo coronavírus (covid-19) no mundo, e considerando que todos têm responsabilidade de evitar situações e circunstâncias que facilitem o contágio”.

Além disso, a Arquidiocese pernambucana reforça algumas meninas recomendadas pelas autoridades sanitárias, como: higienizar as mãos muitas vezes com água de sabão ou álcool em gel; utilizar lenço descartável para higiene nasal; proteger com lenços (preferencialmente descartáveis a cada uso) a boca e o nariz ao tossir ou espirrar; evitar tocar no nariz ou boca, após contato com superfícies.

As orientações incluem ainda: manter os ambientes bem ventilados; evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais da doença; orientar para que o doente evite sair de casa enquanto estiver em período de transmissão da doença; evitar locais com multidão; repouso, alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi confirmado na quarta-feira, 26 de fevereiro. Trata-se de um homem de 61 anos, que mora em São Paulo e regressou de uma viagem ao norte da Itália, realizada entre 9 e 21 de fevereiro.

No país, outros 20 casos suspeitos estão sendo investigados em sete estados, sendo 12 deles de pessoas que também viajaram para a Itália, país europeu com maior propagação da doença, onde já foram registrados 528 casos e 14 mortes.

O novo coronavírus surgiu em Wuhan, na China, onde já foram contabilizados 78.630 casos, com 2.747 mortes. A doença se espalhou por diversos lugares e, segundo informou a Organização Mundial da Saúde (OMS), até quarta-feira, tinham sido registradas infecções em 44 países. Porém, nesta quinta-feira, também anunciaram seus primeiros casos Dinamarca e Estônia.

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