RIO DE JANEIRO, 21 de fev de 2020 às 11:15
Deputados estaduais do Rio de Janeiro denunciaram e pediram a retirada de uma mostra blasfema que está em exposição em um espaço da prefeitura, na qual a Virgem Maria é representada com um seio a mostra e um órgão masculino.
A exposição está no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, espaço da Secretaria Municipal de Cultura do Município do Rio de Janeiro.
Na quarta-feira, o deputado estadual católico Márcio Gualberto esteve no local e gravou um vídeo, disponibilizado em suas redes sociais, e denunciou que se trata de uma exposição que “exibe um absurdo escárnio da fé cristã”.
“A pergunta que eu faço é se isso aqui deveria estar em um espaço administrado pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Evidentemente que não. É de um extremo mau-gosto, no mínimo”, declarou o parlamentar no vídeo.
O deputado mostra, então, uma das obras que traz “um oratório estilizado, uma imagem grotesca de uma mulher representando a Virgem Maria, com um dos seios a mostra e, por incrível que pareça, em uma extrema atitude de mau-gosto e de desrespeito”, com um órgão masculino a mostra.
“Mas, não para por aí – indica Gualberto –, ao lado da imagem, tem a seguinte frase: ‘Deus acima de tudo, gozando acima de todos’”, que faz referência a frase utilizada na campanha do presidente Jair Bolsonaro, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
O deputado Márcio Gualberto assinala que este “é um absurdo, é mais um escárnio que deve estar dentro desse novo contexto de liberdade de expressão. Mas, isso é inaceitável”, expressou.
“Agora, virou moda zombar do cristianismo, zombar dos símbolos religiosos ligados também à fé católica e ao cristianismo como um todo. Nós não iremos aceitar isso”, completou.
O parlamentar informou que pediria explicações aos responsáveis pelo espaço cultural e à Prefeitura do Rio de Janeiro. Segundo o site ‘O Globo’, Gualberto enviou um requerimento ao prefeito Marcelo Crivella e ao secretário de Cultura Adolfo Konder, solicitando explicações.
Outro deputado estadual que se manifestou contra a exposição foi o Capitão Paulo Teixeira, que encaminhou um pedido ao prefeito para que ordene a retirada da obra em exposição.
“Não se trata de censura. A lei não permite censura. Mas também não permite que se cometa vilipêndio ao sentimento religioso, seja qual foi a crença: católico, espírita, evangélico...”, disse o parlamentar segundo ‘O Globo’.
Uma equipe da secretaria de Cultura esteve no local na manhã de quinta-feira e pediu que a classificação fosse alterada de 10 para 16 anos.
De acordo com o site do jornal carioca, o espaço administrado pela Prefeitura do Rio de Janeiro abriga duas exposições. No primeiro andar, encontra-se “Cine Desejo”, da artista Carolina Valansi, que traz imagens e cartazes do cinema pornográfico. No segundo andar, está a residência “Lavra”, com obras e performances experimentais sobre o corpo e trabalho.
Neste último, encontra-se a obra “Todxs xs santxs - renomeado - #eunãosoudespesa”, de Órion Lalli, que mostra a imagem da Virgem Maria nua, com um órgão sexual masculino. De acordo com o autor, que é soropositivo e militante LGBTQ+, ele usou a imagem para falar “desse corpo que vivo com HIV”.
Por sua parte, o deputado Márcio Gualberto afirmou através do seu Instagram: “Em nenhum momento fui agressivo ou incentivei qualquer tipo de violência física ou verbal aos responsáveis pelo escárnio ao cristianismo. Infelizmente, eles chamam de arte ao que é ofensivo, grosseiro e tosco. Os autores dessas obras insanas buscaram inspiração em algum esgoto”.
Confira também:
Caso da exposição do Santander: Católicos pedem reparação dos danos causados https://t.co/Rhzd7lmaDM
— ACI Digital (@acidigital) September 14, 2017