O Bispo de Bilbao e Presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Dom Ricardo Blázquez, assegurou que a Igreja está disposta a dialogar com o Governo respeito da reforma educativa exposta no projeto Lei Orgânica de Educação (LOUVE).

"A Igreja certamente está disposta a dialogar com o Governo em todas as questões, também, é obvio, nesta. Uma prova de que está disposta a dialogar é que umas quantas semanas antes se criou uma comissão mista para tratar todos os aspectos referentes à questão do ensino", afirmou Dom Blázquez.

Em declarações a Rádio 5, o presidente da CEE disse que o adiamento por parte dos bispos da última reunião da comissão mista fixada para o passado 22 de julho, data em que o Conselho de ministros aprovou –surpresivamente e sem ter discutido com o órgão episcopal– o projeto de lei Orgânica de Educação, "não supôs uma supressão das negociações".

As declarações do Bispo sucedem às publicadas pelo ABC de Madri do secretário geral de Educação do Governo, Alejandro Tiana, nas quais culpava ao Episcopado de ser o responsável pelo afastamento das conversações sobre a reforma educativa.

Dom Blázquez manifestou sua confiança em que "se produzam as mudanças" com "acordos razoáveis, defendendo esse princípio fundamental da Constituição, que também está presente no acordo relacionado com o ensino entre a Santa Sé e o Estado".

O presidente da CEE, mostrou-se confiante em que durante o trâmite parlamentário para a aprovação do projeto de lei "se introduzam as mudanças", com o fim de que a lei "satisfaça mais a todos".

Conforme detalhou o Prelado, a intenção do Episcopado é "defender sempre os direitos fundamentais dos pais e contribuir ao bem da sociedade", já que estes "têm o direito a que seus filhos sejam educados nas convicções religiosas e morais de seus pais".

O projeto de lei da LOE determina que a aula de Religião seja de oferta obrigada nos centros e de eleição voluntária para os alunos, e que não tenha valor algum para computar como nota no acesso a bolsas de estudo e à universidade. A CEE acredita que a disciplina fica assim desvalorizada.