A multinacional abortista Planned Parenthood anunciou que planeja gastar 45 milhões de dólares para apoiar nas eleições dos Estados Unidos de 2020 os candidatos presidenciais, do Congresso e estaduais que são a favor do aborto.

A campanha intitulada “We Decide 2020” (Nós decidimos 2020) marca o maior gasto eleitoral na história da instituição.

Jenny Lawson, diretora executiva de Planned Parenthood Votes, disse a CBS News que “o que está em jogo nunca foi tão alto”.

Assinalou o próximo caso da Suprema Corte que envolve uma lei de Louisiana, que exige que os médicos que desejam praticar abortos tenham uma autorização expressa de um hospital próximo como “um indicador da intenção [do governo Donald Trump]” e que “eles nunca foram tão ousados”.

O caso marca a primeira decisão importante sobre o aborto quem a Suprema Corte emitirá desde as duas nomeações de magistrados realizada pela presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os grupos pró-aborto temem que possa reverter a decisão Roa vs. Wade, de 1973, que ordenou a legalização do aborto em todo o país.

Entretanto, Lawson acrescentou que os aspirantes democratas que competem por uma oportunidade para desafiar Trump também “têm as políticas de direitos reprodutivos mais ousadas que já vimos”.

Este compromisso com as políticas de aborto entre os candidatos democratas inclui uma oposição generalizada à Emenda Hyde, uma emenda ao orçamento anual desde 1976 que proíbe que os dólares dos impostos federais paguem pelos abortos, exceto em casos de estupro, incesto ou quando for considerado necessário para salvar a vida da mãe.

A Emenda Hyde obteve um apoio bipartidário de longa data e as tentativas de revogá-la durante os anos falharam. Os defensores da vida desde a concepção estimam que mais de dois milhões de vidas de nascituros foram salvas por causa desta política.

Poucos candidatos democratas apoiam as restrições sobre os abortos tardios e a maioria se comprometeu a consagrar Roe vs. Wade na lei federal, nomear apenas juízes pró-abortistas e defender que as pílulas abortivas sejam disponibilizadas sem receita.

A campanha de Planned Parenthood Votes se dirigirá a Arizona, Colorado, Flórida, Michigan, Minnesota, New Hampshire, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin, por meio de anúncios digitais, de televisão, rádio e correio, informou CBS News.

a Planned Parenthood Votes é financeira, estrutural e operacionalmente independente das clínicas do grupo, indica CBS News.

No entanto, o papel que o aborto tem no trabalho geral desta ONG foi objeto de controvérsia. Em julho passado, a presidente de Planned Parenthood, Leana Wen, foi expulsa depois de desacordos com os líderes da junta diretora sobre se a organização deveria focar na atenção médica ou na defesa do aborto.

Wen, que esteve à frente da instituição durante oito meses, disse que seu objetivo tinha sido focar na atenção médica para as mulheres desatendidas, enquanto os líderes da junta consideravam que a defesa política em apoio ao aborto era a prioridade da organização.

Wen foi substituída por Alexis McGill Johnson, presidente interino de Planned Parenthood, o qual disse a CCBS News no ano passado que a organização “não é política por natureza”, mas que foi politizada e obrigada a focar na defesa política.

Enquanto isso, o grupo pró-vida Susan B. Anthony List e a organização parceira Women Speak Out PAC anunciaram um orçamento de 52 milhões de dólares para o ciclo eleitoral de 2020.

Além das chamadas telefônicas e dos anúncios digitais e por correia, a campanha planeja fazer quatro milhões de visitas aos eleitores antes das eleições, focando em Arizona, Flórida, Georgia, Iowa, Michigan, Carolina do Norte, Pensilvânia, Texas e Wisconsin.

Mallory Quigley, porta-voz de ambos os grupos, disse que a campanha terá como foco educar os eleitores democratas tradicionais sobre as “políticas extremas a favor do aborto” apoiadas pelos candidatos democratas à presidência e ao Senado.

“As pesquisas confirmam que nossa experiência sobre o terreno e os testes de mensagens demonstram ser certo: o radicalismo do aborto dos democratas é uma responsabilidade para eles nas urnas”, disse.

Em seguida, acrescentou: “Nosso método focado e comprovado de alcance aos eleitores assegurará que cheguemos aos eleitores que podem proporcionar ao presidente Trump e aos candidatos ao Senado pró-vidas a margem de vitória no dia das eleições”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

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