O editor do jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, afirmou na quinta-feira que o Papa João Paulo II foi uma “autêntico Papa mártir”, apesar de não haver falecido no atentado que sofreu em 13 de maio de 1981.

Conforme informou a agência Associated Press, Mario Agnes, editor do jornal, assinalou em uma reunião de católicos que as pedras da Praça de São Pedro, onde caiu o sangue do Pontífice, devem ser preservadas pois se trata do sangue de uma “autêntico Papa mártir”.

Desde que Bento XVI anunciasse em 13 de maio deste ano o início do processo de canonização do João Paulo II, surgiram muitas perguntas sobre se o querido Servo de Deus deveria ser ou não declarado mártir. Fazê-lo evitaria a necessidade de confirmar um milagre atribuído a sua intercessão para sua beatificação.

Alguns membros da cúria vaticana rechaçam esta hipótese de declarar mártir ao João Paulo II, já que este viveu 24 anos mais logo do atentado de 1981. Também indicam que outros candidatos para ser beatificados e canonizados também sofreram enfermidades ao final de suas vidas, e não por isso foram declarados mártires.

"Estas pedras da Praça de São Pedro sobre as que caiu o sangue do João Paulo II devem ser conservadas como um documento histórico, porque receberam o sangue de uma autêntico Papa mártir, ferido na plenitude de sua vitalidade, vítima de um ataque”, afirmou Agnes conforme informam ANSA e Apcom. "O fato que não tenha morrido (logo do atentado) não significa que não tenha sido um mártir”, adicionou.