O Premier israelense Ariel Sharon dirigiu uma carta o Papa Bento XVI em que o chama "um verdadeiro amigo de Israel", uma mensagem que para o governo de seu país dá por fechada as últimas tensões nas relações entre ambas as partes.

As tensões começaram em julho passado, quando o governo israelense se queixou publicamente porque em um de seus discursos o Papa Bento XVI não mencionou explicitamente um atentado na localidade israelense da Netanya e lamentou os ataques terroristas no Egito, Grã-Bretanha, Turquia e Iraque. As autoridades israelenses argüiram que com sua omissão o Papa não censurava os ataques terroristas palestinos contra Israel.

O embaixador de Israel na Santa Sé, Oded Ben Hur, entregou a mensagem da Sharon ao Secretário de estado Vaticano, Cardeal Angelo Sodano. Por sua vez, o porta-voz da Chancelaria israelense, Mark Regev, declarou à imprensa italiana que Israel considera "encerrada a crise" com o Vaticano e as relações "voltaram a ser boas como antes".

Em declarações a uma agência informativa, Ben Hur qualificou seu encontro com o Cardeal Sodano de "amigável e íntimo" e considerou que "definitivamente o ocorrido ficou para trás e estamos procurando melhorar nossa relação".

Do mesmo modo, revelou que em sua carta Sharon diz que os esforços de Bento XVI por promover o diálogo com os judeus e Israel o convertem em "um verdadeiro amigo do Israel, genuinamente comprometido no avanço da tolerância, o entendimento e a reconciliação".

Sharon também explicou ao Papa as razões da reação à omissão. "Israel foi devastado e vitimado pelo terrorismo e somos muito sensíveis diante de qualquer tentativa de distinguir o terrorismo islâmico que sistematicamente tem como alvo vítimas inocentes", escreveu.

Segundo Ben Hur, o Cardeal Sodano teria expressado sua satisfação pela carta, dizendo que ambas as partes podem cometer enganos. O Vaticano reiterou que a omissão de Israel não foi intencional.