Depois de sete anos, uma família síria poderá festejar o Natal em sua casa, destruída por uma bomba, graças ao apoio que recebeu para a sua reconstrução através da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) e de pessoas de boa vontade.

A casa da família Ghattas, localizada em um bairro da cidade de Homs, foi atingida por uma bomba de morteiro durante a guerra que o país enfrenta desde 2011.

Elías e Lina Ghattas comentaram a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), que após a destruição procuraram um lugar para ficar, assim como a Sagrada Família procurou uma pousada em Belém, até que “bateram na porta da igreja local onde, graças a um programa de emergência”, financiado pela ACN, “puderam conseguir os fundos para morar de aluguel”.

Em 2017, o bairro da cidade de Homs (Síria) foi libertado depois de estar nas mãos de grupos armados por vários anos. Depois de cinco anos vivendo como refugiados, a família Ghattas se apressou para visitar sua casa, mas a encontrou em ruínas.

"Não havia portas nem janelas, os fios foram roubados, as instalações sanitárias destruídas", assinalaram. A família estava preocupada, como poderiam consertar sua casa se o dinheiro não dava nem para pagar o aluguel mensal?

A ACN indicou que, desde aquela data, os membros da família passaram vários anos pedindo ao Menino Jesus que intercedesse por eles, a esse Deus que "se fez homem entre os mais pobres e necessitados".

Após sete anos, a família Ghattas poderá voltar para passar o primeiro Natal em sua antiga casa, reconstruída graças à ACN e às pessoas de boa vontade.

Embora tenham perdido "todas as lembranças, como fotos de família, lembranças de antepassados, presentes de outras celebrações" e por causa de sua situação econômica este ano não poderão ter presentes, para Elías isso não é importante, porque “no Natal tudo se centra ao redor de um presépio”.

“Para mim, voltar para casa é como voltar a nascer. Não posso descrever minha felicidade. Depois de tanto sofrimento e incerteza, sinto-me seguro novamente. Tenho muita esperança em uma vida melhor. O Natal me lembra do calor de estar em família”, ressaltou.

Lamentavelmente, nem tudo é felicidade, porque o filho mais velho não passará o Natal com a família por estar cumprindo o serviço militar.

O filho mais velho de Elías e Lina entrou no serviço assim que a guerra começou em 2011. Embora tivesse que deixar o exército depois de dois anos, já se passou mais de oito anos de serviço e a única notícia que o casal tem é que o seu filho continua vivo.

Além disso, o filho mais novo, Bashar, sofre "uma grande frustração pela falta de perspectivas, de possibilidade de trabalho ou de projeção futura". Uma situação ainda mais difícil, porque perdeu o olho quando a bomba de morteiro explodiu ao lado de sua casa.

No entanto, o casal não desanimou, Lina assinalou que na véspera de Natal eles irão à igreja, cantarão músicas natalinas e rezaram por todos que os ajudaram.

Elías lembra com carinho da pedra retangular branca que há debaixo da árvore de Natal na qual se lê "Jesus is my rock" (Jesus é minha rocha) que a Fundação Pontifícia ACN lhes deu na cerimônia de bênção quando começaram a reconstruir sua casa.

“Não temos palavras para agradecer, tanto à Fundação ACN quanto a todos que a apoiam. Eles nos deram esperança e uma nova oportunidade nesta vida”, comentam. "Desejamos-lhe de todo o coração que Deus possa fortalecê-los e acompanhá-los em seus esforços para continuar ajudando e semeando esperança entre os mais necessitados". 

“Além disso, pedirei outros dois desejos que tenho no coração: paz para o mundo inteiro e para meu filho voltar para casa são e salvo”, concluiu Lina.

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