O Papa Francisco aceitou a renúncia de Dom Luigi Ventura ao cargo de Núncio Apostólico na França, a quem o Vaticano levantou a imunidade diplomática há alguns meses devido a acusações de abusos sexuais contra ele.

A Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou esta notícia, embora não tenha indicado os motivos da aceitação da renúncia do Arcebispo de origem italiana, que completou 75 anos em 9 de dezembro, a idade limite para o serviço episcopal.

A agência francesa ‘IMedia’ indicou que, no final de setembro, o núncio retornou a Roma e mora em uma residência para sacerdotes idosos perto da Praça de São Pedro.

Em julho deste ano, o então diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, informou que o Vaticano decidiu levantar a imunidade do núncio.

A decisão, afirmou, foi "um gesto extraordinário que confirma a vontade do núncio, expressa desde o início dos acontecimentos que o envolvem, de colaborar plena e espontaneamente com as autoridades judiciais francesas, competentes para o caso".

Em fevereiro deste ano, a imprensa francesa informou que Dom Ventura estava sendo investigado pelas autoridades civis por suposto abuso sexual contra um jovem em Paris.

Segundo o jornal francês ‘Le Monde’, os incidentes teriam ocorrido em 17 de janeiro na prefeitura de Paris durante a tradicional recepção da prefeita, Anne Hidalgo, por ocasião do Ano Novo.

O jornal disse que a prefeitura de Paris fez a denúncia em 23 de janeiro, com base no artigo 40 do Código de Processo Penal, que afirma que qualquer autoridade, funcionário público ou empregado que tomar conhecimento de um crime, deve denunciá-lo e transmiti-lo ao Ministério Público. O caso ainda não foi a julgamento.

Após a acusação de janeiro, um homem no Canadá também acusou o Arcebispo de um suposto abuso sexual em 2008.

Christian Vachon, que tinha 32 anos na época, ressalta que Dom Ventura lhe fez toques indevidos duas vezes durante um banquete na Basílica de Sainte-Anne-de-Beaupré, perto de Quebec.

Dom Luigi Ventura tem 75 anos, foi ordenado sacerdote em 1969 para a diocese italiana de Brescia. Em 1978, começou a trabalhar para o serviço diplomático da Santa Sé e estudou na Pontifícia Academia Eclesiástica. Possui doutorado em Letras Modernas e é formado em Direito Canônico.

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