Há mais de dez dias estão sendo realizados atos de vandalismo contra o patrimônio público, igrejas e instituições religiosas do Centro Histórico de Quito, no Equador, em meio a protestos contra as últimas medidas econômicas aprovadas pelo governo de Lenín Moreno.

Segundo informação enviada a ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, a maioria das igrejas do Centro Histórico ficou com pichações e manchas.

Entre os edifícios religiosos danificados de Quito estão a Igreja e o Convento de Santo Agostinho, onde os telhados foram danificados, o Mosteiro das Madres Agostinianas da Encarnação de São João, na rua Benalcázar, a igreja e o convento Del Carmen Bajo, onde danificaram as janelas e provocaram rachaduras.

Sobre o mosteiro das madres agostinianas, os leigos estão solicitando ajuda para as religiosas, porque a restauração do templo estava sendo feita com um empréstimo que ainda não havia sido pago e ficou danificado novamente.

Além disso, houve uma tentativa de entrar na Basílica de São Francisco.

Recentemente, o diretor do Instituto Metropolitano de Patrimônio (IMP), Raúl Codena, calculou que os danos causados ​​ultrapassam 500 mil dólares e que os reparos levarão pelo menos cinco meses.

O Equador enfrenta uma grave crise social com violentos protestos de rua desde 1º de outubro, quando o presidente Lenín Moreno anunciou um reajuste econômico que responde ao acordo de fevereiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que concedeu ao país acesso a empréstimos de 4,2 bilhões de dólares em três anos, dos quais 900 milhões já foram entregues.

Segundo o FMI, as medidas econômicas de Moreno "visam melhorar a resiliência e a sustentabilidade da economia equatoriana".

No entanto, de todas as medidas, a que foi mais rejeitada foi a eliminação do subsídio aos combustíveis que vigorava há 40 anos.

Assim, em 7 de outubro, Lenín Moreno se viu obrigado a transferir a sede do governo para Guayaquil, devido aos violentos protestos em Quito, aos quais juntou-se a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE).

Nos últimos dias, houve confrontos entre a polícia e os manifestantes, com barricadas, ruas e comércios fechados. Inclusive, em 8 de outubro, os manifestantes invadiram a sede da Assembleia Nacional e tiveram que ser expulsos pelas tropas. Os parlamentares não estavam no edifício.

Em Guayaquil, também ocorrem manifestações contra o reajuste econômico de Moreno, o que levou ao destacamento de um grande número de policiais. Enquanto isso, o governo decretou no sábado, 12 de outubro, o toque de recolher e a militarização de Quito.

Até o momento, cinco pessoas morreram nos confrontos, além disso, existem centenas de feridos e detidos.

Por sua vez, a Conferência Episcopal do Equador expressou, em 9 de outubro, sua disposição em mediar um diálogo para superar a crise.

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