Em conferência de imprensa, o porta-voz da Sala de Imprensa da Sante Sé, Joaquín Navarro Valls, indicou que “a visita do Santo Padre à sinagoga de Colônia foi um evento com uma grande qualidade histórica. Um Papa alemão, que visita na sua primeira viagem fora da Itália uma sinagoga judia”.

Navarro Valls também opinou que este evento é iniciativa do Pontífice. “Quando o Santo Padre decidiu vir à Jornada Mundial da Juventude, teve a iniciativa de vir a Colônia para visitar a sinagoga. Várias imagens vinham à minha cabeça. A visita do Papa João Paulo II à sinagoga de Roma no ano 2000, lembro também da visita a Jerusalém quando esteve no muro dos lamentos. Não são imagens fechadas”, assinalou o porta-voz.

“Bento XVI, ao ter a iniciativa de vir a Colônia iniciou um diálogo que mira ao futuro. Esta visita, por outro lado, acontece com ocasião deste grande evento que congrega a pessoas de mais de 193 países e se converte assim em um sinal extraordinário para as relações inter-religiosas”, afirmou o diretor da Sala de Imprensa.

Para  Paul Spiegel, do Conselho central dos judeus na Alemanha, esta visita é muito importante também. “Logo que faz uns minutos vimos este acontecimento que não é só importante para a Igreja Católica mas para os judeus também e não só os alemães mas também os do mundo inteiro”.

“Este acontecimento –prosseguiu– passará a outras gerações. Aqui em Colônia vive uma das comunidades judias mais antigas da Europa, pois se sabe que desde  341 já haviam judeus aqui”.

Por sua parte, Abraão Lehrer, o rabino da sinagoga de Colônia, opinou que aqui nesta visita há dois elementos por ressaltar “o primeiro deles é a chamada do Papa ao diálogo e a exortação do Papa para ficar atentos ante qualquer tipo de anti-semitismo que possa aparecer”.

O Cardeal Karl Lehmann também esteve na conferência e disse que “esta visita vai converter-se em um dos marcos desta Jornada Mundial da Juventude. Estou de acordo com o dito pelo Santo Padre e lhe agradeço suas palavras”. “João Paulo II já deu passos muito importantes  e Bento XVI está nesse caminho de manter e intensificar esse diálogo”.