No primeiro dos três dias destinados para que bispos de todo o mundo ministrem catequese em diversas línguas em várias cidades alemãs, uma dúzia de prelados espanhóis chamaram os jovens a enfrentar com firmeza o secularismo que agride a sociedade.

O tema de todas as catequeses dadas durante esta jornada teve por título "Procurar a verdade, sentido profundo da existência humana", apoiado na passagem bíblica de Mateus 2,2: "Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? viemos adorá-lo", lema desta XX JMJ.

Na cidade alemã de Wülfrath, o Arcebispo de Valência, Dom. Agustín García-Gasco, animou os jovens a "não cairem na armadilha do laicismo contemporâneo", que "lembra a atitude do rei Herodes que com a notícia do nascimento do Filho de Deus se dispõe a persegui-lo".

"O laicismo, a ideologia que tem como meta arrancar Deus da vida pessoal e social, verte todo tipo de suspeitas contra a fé em Jesus Cristo, e contra a missão da Igreja", advertiu o Prelado diante de várias centenas de jovens de fala hispana na igreja de São José.

Quem promove hoje o laicismo "quer nos fazer sentir, e de maneira muito direta vocês, queridos jovens, que ter fé e professá-la é algo irracional, desumano, próprio de tempos superados", precisou o Arcebispo. Perante isso, exortou os jovens a "não cair em uma armadilha tão áspera" e a "estar prevenidos contra uma manipulação tão destrutiva".

Ao finalizar sua intervenção, Dom. García-Gasco afirmou que "Cristo melhora a vida dos homens e das mulheres; a vida das comunidades políticas, dos centros educativos, das universidades, das associações culturais e esportivas, das organizações não governamentais e dos grupos juvenis".

"Procurar a verdade apaixonadamente"

Por sua vez, o Arcebispo do Oviedo, Dom. Carlos Osoro Sierra, lembrou em sua catequese em Bergisch Gladbach que "o ser humano tem sede da verdade, porque aí está o profundo sentido de sua existência".

Diante de centenas de jovens de fala hispana, o Arcebispo disse que "se adverte no mundo uma necessidade imperiosa de reedificar em seus componentes essenciais uma civilização que seja digna do ser humano. Essa reedificação passa por encontrar-se com a verdade para tirar as carências que o ser humano tem no mais fundo de seu coração e que se manifestam nas ideologias materialistas que esvaziam a existência, no permisivismo moral que destrói a verdade do homem, em acreditar que se pode construir uma sociedade nova e melhor eliminando a Deus e toda referência aos valores transcendentais".

Para o Arcebispo do Oviedo, "a testemunha forte do Senhor é quem fica em mãos de Deus, à maneira como o fez Nosso Senhor Jesus Cristo; confia nele com todas as conseqüências e acessa à pertença eclesiástica como uma graça, vá à Igreja como um sacramento e como um dom não manipulável".

Ao final de sua intervenção, Dom. Osoro animou os jovens a "uma grande tarefa": "procurar a verdade apaixonadamente e pôr todas as capacidades de nossa vida a serviço de um anúncio de Jesus Cristo que seja claro, explícito, audaz, com força evangélica".

O exemplo dos Reis Magos

À mesma hora, mas em Colônia, o Arcebispo do Valladolid, Dom. Braulio Rodríguez Plaza, expôs a relação entre a fé e a razão, animando os jovens a conhecer a verdade pelos dois caminhos.

"Pode-se compreender, comprovar e demonstrar a fé cristã por meio da razão? É a fé coisa só do querer cego e a confiança? A fé pode ser compreendida, comprovada e, efetivamente, demonstrada, mas com limitações. É verdade que a fé não é uma trama de imagens quaisquer que alguém pode forjá-la a seu desejo. A fé assalta nossa inteligência porque expõe a verdade –e porque a razão está criada para a verdade. Neste sentido, a fé irracional não é uma verdadeira fé cristã", expressou.

Do mesmo modo, na cidade de Engelskirchen, o Bispo da Terrassa, Dom. Josep Angel Saiz Meneses, refletiu sobre as atitudes necessárias para o encontro com Jesus Cristo.

Em sua catequese, o prelado catalão pediu aos jovens prestar atenção às atitudes dos Reis Magos, pois "são muito ilustrativas para nosso caminhar de fiéis e de cristãos".

Entre elas, o Bispo ressaltou, acima de tudo, "um coração inquieto, que lhes leva a sair de sua terra e de suas seguranças". Além disso destacou a "atitude de busca e de ficar no caminho, a capacidade de viver o esforço, uma grande humildade, confiança na providência, adoração e entrega" e, finalmente, "comunicação gozosa da fé".