Falta apenas um dia para o início da viagem do Papa Francisco a Moçambique, Madagascar e Maurício, que ocorrerá de 4 a 10 de setembro. Este é a 31ª viagem do Santo Padre ao exterior e, quando terminar, terá visitado 49 países ao longo de seu Pontificado.

É a segunda vez que esses países africanos recebem um Pontífice, pois o Papa São João Paulo II visitou Moçambique em 1988, Madagascar em 1989 e Maurício também em 1989.

Segundo recordou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, quando São João Paulo II visitou esses países, no final dos anos 1980, o contexto era da Guerra Fria e o Papa havia se encontrado com países eminentemente rurais, que tinham conquistado a sua independência um pouco antes.

Além disso, Moçambique estava em plena guerra civil, por isso, a viagem do Pontífice naquele momento significou um forte apoio para a paz.

O contexto que o Papa Francisco encontrará na viagem que está prestes a começar é muito diferente: a urbanização se estendeu, mas os laços da população ainda são fortes. Houve também um desenvolvimento econômico, no entanto, o processo de urbanização da sociedade também trouxe novos problemas e nova pobreza.

Temas da viagem

Matteo Bruni listou dois temas principais da viagem do Papa Francisco à África. Um primeiro tema será a superação das divisões, a busca pela paz, a busca da reconciliação e a promoção da cultura do encontro.

No caso específico de Madagascar, explicou que ocorrem divisões entre grupos sociais com acessos diferentes à riqueza.

“Madagascar tem uma sociedade complexa, diferente da africana, a meio caminho entre a África e o Oceano Índico, com uma riqueza em sua tradição única. É também uma democracia jovem em busca de estabilidade democrática”.  Nessa situação, "a Igreja e as outras denominações cristãs, desempenharam um papel importante no diálogo entre as diferentes forças políticas".

Sobre Maurício, um país, como Madagáscar, insular entre a África e o Oceano Índico, sublinhou que "veremos um país com uma grande diversidade étnica e religiosa, de origem africana, indiana e chinesa".

Por último, sobre Moçambique, assinalou que “a divisão é entre rivais políticos com um passado armado. Em 6 de agosto, foi assinado um novo ato do processo de paz que começou em 1992. Desde então, Moçambique experimentou um desenvolvimento importante, por isso Moçambique é um exemplo de como a paz abre a porta para o desenvolvimento”.

Outro tema desta viagem será o cuidado da criação. De fato, será estabelecido um vínculo entre a reconciliação e o cuidado da criação. Moçambique, Madagascar e Maurício são três países com uma riqueza natural extraordinária que deve ser preservada.

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