O Cardeal Paolo Sardi faleceu em Roma no dia 13 de julho depois de uma breve doença, informou neste domingo o diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti.

O Purpurado, nascido na região italiana de Piemonte, tinha 84 anos. Foi criado Cardeal pelo Papa Bento XVI em 2010 e participou do Conclave de 2013 que elegeu o Papa Francisco, após a renúncia de seu antecessor.

Desta forma, o colégio cardinalício fica composto por 219 cardeais, dos quais 120 eleitores e 99 não eleitores.

A liturgia das exéquias ocorreu nesta segunda-feira, às 10h30 (hora local), na Basílica de São Pedro e foi celebrada pelo Cardeal Tarcisio Bertone SDB, junto com os Cardeais e Arcebispos presentes em Roma.

Após a Celebração Eucarística, o Papa Francisco presidiu o rito da "Commendatio" e da "Valedictio" junto com a oração do Responso final.

Telegrama papal

Por esta razão, o Papa Francisco escreveu um telegrama dirigido aos familiares e à comunidade diocesana do Cardeal falecido, no qual indicou que enviava suas "mais sentidas condolências".

"À luz da fé, agradeço a Deus pelo edificante testemunho do Purpurado falecido, que colocou a serviço da Santa Sé a maior parte de sua vida", indicou o Papa, acrescentando que "o seu ânimo sacerdotal, a sua preparação teológica, seus dons de inteligência e de sabedoria aplicados ao trabalho assíduo e discreto, através do qual deu uma válida contribuição para o magistério de São Paulo VI, João Paulo I, São João Paulo II e Bento XVI".

Além disso, o Santo Padre assegurou suas orações junto às de "numerosos fiéis que, diariamente, se aproximavam ao altar da Basílica Vaticana onde celebrava a Missa” e qualificlassificoucou o Cardeal Sardi como “servo bom e vigilante”, de acordo com o seu lema episcopal “Seja vigilante” (“esto vigilans”, em latim).  

Biografia

Segundo os dados biográficos divulgados pelo Vaticano, Paolo Sardi nasceu em 1º de setembro de 1934, em Ricaldone, uma cidade em Monferrato, no Piemonte, um povoado na diocese de Acqui, na província eclesiástica de Alessandria.

Ingressou no seminário diocesano de Acqui para cursar o Ensino Médio e preparatório. Depois foi enviado ao seminário de Turim, em Rivoli, para a parte introdutória. Ao final deste período de estudo, o Bispo decidiu o designar a Roma para estudos teológicos. 

A partir de outubro de 1954, frequentou a Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Gregoriana, obtendo uma licenciatura em Teologia em junho de 1958. Foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1958 e, em outubro do mesmo ano, novamente a pedido do Bispo, começou a faculdade de Direito Canônico na Universidade Gregoriana.

Depois de se formar em 1963, retornou à diocese para realizar o ensino de teologia moral no seminário e, ao mesmo tempo, se dedicava simultaneamente aos serviços pastorais em algumas paróquias da diocese. "Essa experiência direta em contato com as pessoas será fundamental durante toda a sua vida sacerdotal", destacou Vatican News.

Enquanto estudava direito em Milão, foi convidado a ensinar teologia moral na faculdade de teologia de Turim, uma tarefa que realizou até 1976. O resultado do compromisso desses anos de ensino é o livro "O aborto ontem e hoje" (Paideia, 1975), que reconstrói a história da evolução do pensamento católico sobre a questão do aborto.

Em junho de 1976, foi chamado para exercer seu serviço na Secretaria de Estado pelo então substituto Dom Giovanni Benelli. Trabalhou na primeira seção (Assuntos Gerais). Em 1990, foi responsável pela seção e, em 1992, vice-assessor.

Em particular, coordenou o escritório que colaborava com o Papa na redação de textos e discursos. Além disso, celebrava diariamente pela manhã a Santa Missa na Basílica de São Pedro, no altar onde está enterrado o Papa João XXIII.

Depois, em 10 de dezembro de 1996, foi nomeado Arcebispo Titular de Sutri e Núncio Apostólico com funções especiais. Em 6 de janeiro de 1997, recebeu a ordenação episcopal das mãos de São João Paulo II, na Basílica de São Pedro.

O então Pontífice lhe disse durante a homilia: "Rezo por você, Dom Sardi, porque, embora tenha sido nomeado Núncio Apostólico com funções especiais, continuará trabalhando ao meu lado na Secretária de Estado. Obrigado pelo seu serviço feito até agora, desejo que continue da mesma maneira e com o mesmo zelo”.

Anos depois, em 23 de outubro de 2004, foi nomeado vice-camerlengo da Santa Igreja Romana, até o dia 22 de janeiro de 2011. Nesse cargo, colaborou com o então Cardeal Camerlengo Eduardo Martínez Somalo nas obrigações relativas ao conclave de abril de 2005, no qual Bento XVI foi eleito.

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Quase cinco anos depois, foi criado Cardeal pelo Papa Bento XVI no Consistório de 20 de novembro de 2010, da Diaconia de Santa Maria Auxiliadora, na Via Tuscolana.

Em seguida, em 6 de junho de 2009, tornou-se "Pró-patrono" da Ordem Soberana e Militar de Malta (Patrono desde 30 de novembro de 2010), cargo que ocupou até novembro de 2014.

O Cardeal Sardi participou do conclave de março de 2013 que elegeu o Papa Francisco.

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