A Bem-aventurada Dulce dos Pobres, conhecida como “Anjo bom da Bahia”, será canonizada pelo Papa Francisco no próximo dia 13 de outubro, no Vaticano.

Além dela, também serão proclamados santos o Cardeal John Henry Newman, fundador do Oratório de São Felipe Neri na Inglaterra, Beata Giuseppina Vannini, fundadora das Filhas de São Camilo; Beata Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família; e a Beata Margaret Bays, virgem da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

O Papa Francisco decretou a data em que serão inscritos no livro dos santos durante o Consistório Ordinário Público para a Canonização dos Beatos, que aconteceu no Vaticano, nesta segunda-feira, 1º de julho.

Também na manhã desta segunda-feira, em Salvador (BA), a data de canonização da primeira santa nascida no Brasil foi anunciada durante coletiva de imprensa pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, e pela superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce e sobrinha de Ir. Dulce, Maria Rita Pontes.

Na ocasião, Dom Murilo explicou que o “Anjo bom da Bahia” será chamada após a canonização de Santa Dulce dos Pobres e o seu dia seguirá sendo celebrado em 13 de agosto.

Além disso, foi apresentado o homem que recebeu a cura milagrosa por intercessão de Ir. Dulce. José Maurício Moreira, de 50 anos, é baiano, mas mora em Recife. Ele ficou cego e, após rezar pedindo a intercessão da religiosa brasileira, voltou a enxergar.

Biografia da Bem-aventurada Dulce dos Pobres

Ir. Dulce, cujo nome de batismo era Maria Rita, nasceu em 26 de maio de 1914, na capital baiana, sendo a segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes.

Ainda menina, a pequena já demonstrava seu interesse pela vida religiosa e, aos 13 anos, começou a atender os doentes e carentes na porta de sua casa, a qual passou a ser conhecida como “A Portaria de São Francisco”.

Em fevereiro de 1933, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe, e recebeu o hábito em agosto do mesmo ano. Foi então que adotou o nome Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe, que faleceu quando ela tinha apenas 7 anos.

De volta à sua terra natal Salvador, iniciou em 1935 um trabalho assistencial junto às comunidades carentes, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe.

Em 1939, depois de muito lutar para cuidar de seus doentes, ocupou um galinheiro ao lado do convento, depois da autorização da sua superiora, com os primeiros 70 doentes. A iniciativa deu início à criação das Obras Sociais Irmã Dulce, instituição considerada hoje um dos maiores complexos de saúde pública do país, com cerca de quatro milhões de atendimentos ambulatoriais por ano.

A religiosa chegou a ser indicada ao prêmio Nobel da Paz em 1988 pelo então presidente da República, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia.

A religiosa também teve dois grandes momentos de sua vida ao lado de São João Paulo II. Em 7 de julho de 1980, encontrou-se com o então Papa que visitava pela primeira vez o Brasil. Na ocasião, ouviu dele o incentivo para prosseguir com a sua obra.

Os dois voltaram a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Sumo Pontífice ao Brasil. João Paulo II fez questão de quebrar o rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio visitar a religiosa baiana, cuja saúde já se encontrava bastante debilitada em função de problemas respiratórios.

Cinco meses depois, no dia 13 de março de 1992, o Anjo Bom da Bahia faleceu, aos 77 anos.

Em janeiro de 2000, teve início o processo de canonização de Irmã Dulce e, em 22 de maio de 2011, ela foi beatificada. Agora, a religiosa brasileira será declarada santa nesta que será a terceira canonização mais rápida da história recente da Igreja, conforme indicou o site das Obras Sociais da Irmã Dulce (OSID).

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