O Administrador Apostólico de Resistência, Dom Carmelo Giaquinta, esclareceu que “a Doutrina Social da Igreja não é uma ideologia”, mas  uma luz que ajuda a ver com claridade o núcleo de todo problema social, que sempre é o homem”.

“A Doutrina Social da Igreja não é uma ideologia, que sempre corre o perigo de absolutizar um modo de ver a realidade social, e portanto, de escravizar ao homem”, afirmou. Adicionou que tampouco é um programa de governo ou “uma plataforma de um partido político que luta para obter o poder”.

Pelo contrário, indicou, a Doutrina Social da Igreja permite “relativizar toda ideologia” e “mantê-la dentro dos leitos democráticos”.

Dom Giaquinta pediu aos católicos velar porque seu conteúdo não seja tergiversado por interesses particulares ou partidários; vigiando que não se invoquem alguns princípios e se calem outros, ou se pretenda “enganar aos fiéis como se houvesse um partido “católico’”.

“A Igreja não lhe reconhece tal direito a nenhum partido político e a nenhuma autoridade pública”, esclareceu.

O Prelado destacou a necessidade de estudar a Doutrina Social assim como a realidade que se pretende iluminar porque, recordou, não se pode praticar ou solucionar algo que se ignora. Entretanto, reconheceu que a atual “cultura do espetáculo e da emoção” faz difícil que se possa estudar e refletir a profundidade sobre qualquer realidade.

“Não nos ocorra pedir que alguém se documente antes de falar de algo. Hoje se tem a palavra fácil, opina-se de tudo, em qualquer momento. E até esse emitem juízos definitivos, sem reparar no que se diz e sem fundamento algum”, assinalou.

O Prelado lamentou que nesta situação esteja “boa parte da dirigência argentina”, que está “sempre em pose, fingindo conhecer os problemas e ter a solução para tudo”.

Do mesmo modo, criticou “o achatamento intelectual de muitos discursos políticos e de tantos projetos de lei”. Entretanto, reconheceu que “a Igreja não é imune a esta decadência cultural”.

“O estudo da Doutrina Social supõe método, esforço. O pior que poderia acontecer com este Compêndio é que ficasse nas bibliotecas”, finalizou.