O Arcebispo de Malta e Secretário Adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Charles Scicluna, destacou na Polônia o grande trabalho realizado pelo Papa São João Paulo II na luta contra o abuso sexual na Igreja.

"Acho que a Polônia pode estar justamente orgulhosa do grande homem que foi João Paulo II. Sou uma testemunha ocular da determinação de São João Paulo II na luta contra os abusos sexuais de menores, quando estes assuntos se apresentavam", disse o Prelado à agência KAI.

Dom Scicluna foi convidado à Polônia pelos bispos que se reuniram em assembleia nos dias 13 e 14 de junho, onde analisaram o plano pastoral da Igreja no país para o triênio de 2019 - 2022, que tem como uma de suas diretrizes a proteção de crianças e jovens.

"Acho que aqueles que duvidam da competência ou da determinação de São João Pablo II diante do fenômeno dos abusos sexuais deveriam refrescar seu conhecimento da história", ressaltou Dom Scicluna.

O Arcebispo colocou como exemplo que foi São João Paulo II quem o nomeou em 2002 como promotor de justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, presidida pelo então Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI), para que se ocupasse dos casos de abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero.

"Fiz isso também durante o pontificado de Bento XVI, até outubro de 2012. Dez anos no total. E parte deste período foi também no pontificado de João Paulo II. Nesse tempo, o Cardeal Joseph Ratzinger se encontrava com o Santo Padre todas as sextas-feiras para tratar os casos de abusos sexuais. O Papa (João Paulo II) sempre levou em consideração o parecer da Congregação com o máximo esforço e a máxima determinação", relatou o Arcebispo.

Dom Scicluna recordou que em 23 de abril de 2002, São João Paulo II disse aos cardeais dos Estados Unidos que "as pessoas deveriam saber que no sacerdócio e na vida religiosa não há lugar para aqueles que prejudicam os jovens".

Para o secretário adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé, as palavras de São João Paulo II são "a afirmação mais importante que os católicos, não só na Polônia, mas também em todo o mundo, deveriam conhecer" para depois divulgá-la.

Além do encontro com Dom Scicluna, os bispos poloneses ouviram uma apresentação do Primaz da Polônia, Arcebispo Wojciech Polak, sobre o sistema de prevenção e assistência às vítimas de abuso; e de Dom Piotr Majer, que falou sobre a adoção do motu proprio do Papa Francisco Vos estis lux mundi (Vós sois a luz do mundo), em vigor em toda a Igreja desde 1º de junho.

O motu proprio estabelece novos procedimentos para prevenir e denunciar casos de abuso sexual na Igreja e foi aprovado ad experimentum por três anos.

Na assembleia, os bispos também dialogaram sobre a pastoral familiar e a defesa da vida humana desde a concepção até a morte natural. Também sobre o avanço da ideologia de gênero nas escolas.

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