Após ficar oficialmente iniciadas negociações de paz entre o Governo de Álvaro Uribe e os paramilitares colombianos, o Arcebispo de Bogotá e Presidente da Conferência Episcopal, Cardeal Pedro Rubiano Sáenz, assegurou que a Igreja tem “muitas esperanças” no êxito deste processo.

Deste modo, o Episcopado Colombiano, através da Comissão Nacional de Conciliação, ratificou sua decisão firme de acompanhar o processo de negociação.

As negociações de paz entre os Governo e as Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) ficaram formalmente iniciadas na ‘zona de encontro’ em Santa Fé de Ralito, ao norte do país, com um ato onde participou a Organização dos Estados Americanos (OEA) como supervisor internacional, e que tem por objetivo ultimo lograr a desmobilização e re-inserção à vida civil de 20 mil paramilitares antes de 2006.

Durante o ato de inauguração na ‘zona de encontro’, criada pelo Governo para que em 368 Km quadrados se concentrem os comandantes das AUC e 400 homens a serviço de sua segurança, intervieram o chefe militar dos paramilitares, Salvatore Mancuso, e o Alto Encarregado para a Paz, Luis Carlos Restrepo.

Em sua mensagem, Mancuso pediu a todos os colombianos, assim como a comunidade internacional para “respaldar e apoiar” este processo de paz que não é para as Autodefesas, mas para Colômbia. Alem disso, pediu que este “passo fundamental” dos paramilitares tenha “reciprocidade” das guerrilhas e do Estado, diz umas palavras de autocrítica onde pediu “perdão pelo que não soubemos fazer bem, e também perdão pelo que pudemos ter feito melhor”.

“No fim deste processo não será unicamente conseguir uma assinatura em uma ata simbólica, mas conseguir o seguimento de uma gestão político-social. Nos colocaremos como facilitadores comunitários, através de um movimento político em que terá espaço todo aquele que deseje construir um novo país”, disse o chefe paramilitar, que deixou entrever seu desejo de converter-se em um partido, revelando uma agenda de negociações com o Governo que inclui cinco pontos.

Na atualidade dos representantes da Igreja Católica na Colômbia formam a mesa de negociação como acompanhantes.