O Papa Francisco afirmou que tem vontade de viajar ao Iraque “no próximo ano”; a declaração foi dada nesta segunda-feira, 10 de junho, durante a audiência que concedeu no Vaticano aos participantes da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais, por ocasião de sua Assembleia Plenária.

O santo Padre assinalou que “um pensamento insistente me acompanha pensando no Iraque, onde tenho o desejo de ir no próximo ano, para que possa olhar adiante através da participação pacífica e partilhada na construção do bem comum de todos as componentes religiosas da sociedade, e não caia novamente em tensões que vêm dos conflitos intermináveis de potências regionais”.

Além disso, falou da Síria, que padece “algumas áreas ainda instáveis e onde o risco de uma crise humanitária ainda maior permanece alto”.

O Papa se referiu também aos responsáveis dos longos conflitos que afligem estes países, Síria e Iraque, e reconheceu que, “muitas vezes penso na ira de Deus que se desencadeará contra os responsáveis daqueles países que falam de paz e vendem armas para fazer essas guerras. Essa hipocrisia é um pecado”.

Por outro lado, em seu discurso, o Santo Padre não se esqueceu da Ucrânia, “para que a sua população possa encontrar a paz, cujas feridas causadas pelo conflito” tentou “aliviar com a iniciativa de caridade à qual contribuíram muitas realidades eclesiais”.

A relação entre cristãos na Terra Santa também ocupou uma parte das palavras do Pontífice. “Na Terra Santa, espero que o recente anúncio de uma segunda fase de estudo da restauração do Santo Sepulcro, que vê as comunidades cristãs do Statu quo lado a lado, seja acompanhado pelos sinceros esforços de todos os protagonistas locais e internacionais para que chegue logo uma pacífica convivência no respeito de todos aqueles que vivem naquela terra”.

O Papa Francisco demonstrou seu pesar pelo fechamento de portos europeus aos migrantes e refugiados, enquanto se segue comercializando armas. “Gritam as pessoas em fuga amassadas dentro de navios, em busca de esperança, sem saber em que portos poderão ser acolhidas na Europa que abre os portos para embarcações que têm que carregar armamentos sofisticados e caros”.

Entretanto, o Papa também reconheceu o trabalho de tantas pessoas que atuam de forma desinteressada para ajudar os mais necessitados. “Junto com o lamento e o pranto, escutarão nestes dias vozes de esperança e consolação: são eco da incansável obra de caridade”.

Essa caridade “manifesta o rosto da Igreja e contribui para torná-la viva, em particular alimentando a esperança das jovens gerações”.

Finalmente, o Papa pediu ajuda para “tornar conhecido” o Documento assinado em Abu Dhabi, junto com o Grão-imame de Al-Ahzar, sobre a fraternidade humana.

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