Pascal Siakam, o pivô estrela dos Toronto Raptors na NBA, a liga profissional de basquete dos Estados Unidos, relata como ter estudado vários anos no seminário o ajudou a ser uma pessoa melhor.

Siakam tem 25 anos e está jogando a final da NBA com os Toronto Raptors contra os Golden State Warriors, cuja terceira partida acontece nesta quinta-feira, 5 de junho, na sede destes últimos, o Oracle Arena, em Oakland, estado da Califórnia. A séria esta empatada em 1 jogo para cada lado.

Como costume, antes de cada partida, este jogador de 2,08 metros, nascido em Camarões, faz o sinal da cruz para dar glória a Deus e aponta para o céu para recordar seu pai, falecido após um acidente de trânsito em 2014.

Em um recente podcast, Pascal comenta que antes de entrar no St. Andrew’s Seminary School, em Bafia, aos 11 anos, não arrumava sua cama, não lavava os pratos nem a roupa. Era o orgulhoso da família e “não tinha que fazer nada”.

O seminário, explica, “me ajudou a me concentrar em tentar ser uma pessoa melhor e trabalhar duro pelo que queria”. “Para mim, poderia ter sido fácil ser o tipo de rapaz que não luta pelo que quer porque, quando era criança, teve tudo o que precisava”, acrescenta.

Embora o seminário não o tenha ensinado a jogar basquete, ajudou-o a trabalhar duro para acreditar em si mesmo como parte de uma equipe.

“Acho que sei por que meu pai me fez ir para lá. Estava me dando todas as ferramentas que precisaria para ter sucesso. Assim como era importante seu sonho de que seu filho jogasse na NBA. também era o desejo de que eu me tornasse homem”, escreveu o jogador em ‘The Players Tribune’, em 2016.

O direito do seminário, Pe. Arnell Collins Njama, disse a ESPN em dezembro de 2018 que Siakam “passou de um menino muito tranquilo a um rapaz muito teimoso”. “Às vezes, pensava em expulsá-lo, mas seus resultados acadêmicos eram tão bons que decidimos que ficaria”, explicou.

“Sabia que seguramente não acabaria sendo sacerdote, mas esperava que pudéssemos ensiná-lo a como ser homem”, destacou o sacerdote.

Em Bafia, os seminaristas acordam às 5h30 e começam o dia com a Missa, antes de passar para os trabalhos cotidianos: cortar madeira, lavar pratos, lavar a roupa à mão. Em seguida, começam o estudo e, depois, volta à Igreja para rezar.

Têm uma hora de descanso das 17h às 18h, tempo em que a maioria joga futebol. Pascal também fazia isso. No começo, o basquete não chamava sua atenção.

Com o tempo, começou a jogar, primeiro perto do seminário e, depois, na África do Sul, para onde ia visitar uma irmã que vivia próximo. Foi neste país onde foi recrutado para jogar basquete na liga universitária dos Estados Unidos.

Após passar um primeiro ano sem jogar por causa de uma lesão, jogou duas temporadas com os Aggie, da Universidade Estadual do Novo México.

Em sua primeira temporada, após ser titular em 27 das 34 partidas jogadas, foi eleito novato do ano da Western Athletic Conference e incluído no melhor quinteto da conferência.

Foi escolhido no draft de m2016 da NBA pelos Toronto Raptors, fazendo sua estreia em 26 de outubro daquele ano.

Embora tenha tentado muitas vezes que o expulsassem do seminário, Siakam disse a ESPN que, sem dúvidas, formar-se neste local “foi o melhor que poderia ter acontecido comigo”.

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