O Administrador Apostólico de Caracas e Arcebispo de Mérida, Cardeal Baltazar Porras, expressou suas condolências às famílias dos quatro jovens mortos durante protestos na Venezuela, que "perderam a vida lutando por um futuro melhor" para o país.

Desde 30 de abril, as cidades da Venezuela voltaram a ser cenário de protestos contra o regime de Maduro, quando milhares de pessoas saíram às ruas em apoio à chamada “Operação Liberdade” convocada por Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino desde janeiro deste ano, para colocar fim ao governo de Nicolás Maduro, o qual classificou como “usurpador” do poder.

Na terça-feira, Guaidó exortou a população a se manifestar na Base Aérea Generalíssimo Francisco de Miranda, conhecida como "La Carlota", em um vídeo no qual aparece com um grupo de militares e com o líder da oposição Leopoldo López, o qual estava sob prisão domiciliar, mas que havia sido libertado pelos militares.

No entanto, os militares que apoiam Maduro, junto com membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e grupos chavistas, também tomaram as ruas para reprimir as manifestações.

Como resultado dos confrontos, quatro pessoas morreram até o momento, segundo Marco Antonio Ponce, diretor da organização humanitária Observatório Venezuelano de Conflito Social.

As vítimas são os adolescentes Yosner Graterol, de 16 anos, e Yoifre Hernández Vásquez, de 14 anos. Os jovens Jurubith Rausseo García, de 27 anos, e Samuel Méndez, de 24 anos, também morreram. Todos foram baleados. Além disso, há mais de 50 feridos.

Em sua conta no Twitter, o Cardeal Porras indicou: "Oferecemos nossas sinceras condolências às famílias dos jovens que perderam suas vidas lutando por um futuro melhor para a Venezuela. Nós rezamos a Deus pela paz de suas almas e nos unimos a vocês nestes momentos difíceis".

No dia 1º de maio, o Cardeal recordou em sua conta que "o protesto pacífico é um direito legítimo garantido em todas as convenções internacionais. Repudiamos e denunciamos perante a comunidade internacional a repressão injustificada na Venezuela por parte do Corpo de Polícia do Estado e de grupos armados que atiram em civis desarmados".

Exige respeito à Igreja

O Administrador Apostólico de Caracas também aproveitou as redes sociais para condenar o ataque que os membros da GNB cometeram no dia 1º de maio contra a igreja de Nossa Senhora de Fátima, no Bairro Sucre, da Diocese de San Cristóbal.

O ataque começou quando a Missa estava terminando e dois membros da GNB entraram no templo em uma moto.

Dom Mario Moronta, Bispo de San Cristóbal relatou em um comunicado que o pároco, Padre Jairo Clavijo, “desceu do presbitério para detê-los”, mas "na tentativa de diálogo veio um bando de 40 GNB, que tentavam entrar".

"Depois deles, chegou um general de sobrenome Ochoa que começou a discutir com o pároco com palavras nada respeitosas", disse o Prelado. "Não contentes com a invasão, os GNB lançaram bombas de gás lacrimogêneo dentro do templo", denunciou Dom Moronta.

O Cardeal Porras comentou este acontecimento em sua conta no Twitter, advertindo que "o ataque direto a nossos templos é inconcebível, sem respeito algum pelos paroquianos". "Exigimos respeito à Igreja Católica, em um país de devotos e fiéis, que rezam diariamente pela paz, pelo respeito à vida e pelo direito de protestar", acrescentou.

Em seu relato publicado ontem, o Administrador Apostólico de Caracas disse que durante o ataque da GNB, a igreja "estava com um bom número de fiéis, entre eles, muitas pessoas de terceira idade. Uma religiosa desmaiou".

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