Os bispos do Marrocos afirmaram que a visita do Papa Francisco ao país africano estimula a construção de pontes e não de muros, assim como o diálogo entre cristianismo e islamismo.

Em uma coletiva de imprensa realizada em 5 de março, em Casablanca, os bispos falaram sobre a viagem que o Santo Padre fará ao Marrocos nos dias 30 e 31 de março, segunda viagem realizada em 2019 a um país muçulmano. A primeira foi aos Emirados Árabes Unidos em fevereiro.

"Somos a favor de construir pontes em vez de muros. Estamos aqui a favor da aliança das civilizações, a favor da fraternidade universal para que a religião não seja instrumentalizada a serviço da guerra, a serviço do assassinato em massa", disse Dom Cristóbal López Romero, Arcebispo de Rabat.

"Esta é a nossa situação atual, no passado não havia um problema de migração como o que existe agora. O mundo mudou muito e é por isso que a visita do Papa Francisco faz a diferença", acrescentou o Prelado.

Por sua parte, Pe. Daniel Nourissat, da Catedral de Rabat, disse que "o que o Papa suscita, especialmente com a sua presença, é que muçulmanos e cristãos se envolvam em um diálogo, afastando os temores de que os cristãos querem destruir o Islã ou destruir a cultura marroquina por estarem aqui. O caminho de Francisco é criar fraternidade".

O Arcebispo de Tânger, Dom Santiago Agrelo Martínez, aproveitou seu discurso para se referir à questão dos migrantes que cruzam da África para a Europa através do estreito de Gibraltar.

Além do caráter inter-religioso da visita do Papa, o programa também inclui um encontro com os migrantes na sede diocesana da Cáritas em Rabat, no dia 30 de março.

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