O Bispo de Posadas, Dom Juan Rubén Martínez, chamou os argentinos a exigir dos candidatos, mais do que gestos e imagem, “propostas para reverter o flagelo da pobreza” que segue “gravemente instalada na nossa realidade”.

“Hoje como ontem sabemos que não agrada que se destaque que a pobreza continua gravemente instalada na nossa realidade, mesmo que reconheçamos que saímos da profunda crise institucional de dezembro de 2001”, afirmou o Prelado.

Dom Martínez recordou que o sistema neoliberal dos 90’s não colocava o trabalho “como motor social e de desenvolvimento”, mas sim “subsidiava a pobreza e a exclusão com assistencialismo”. Lamentou que o “assistencialismo-dependência” subsista e que o emprego real, “que dá de comer e dignifica à pessoa”, seja pouco ou até “inexistente sobre tudo nos crescentes bairros marginais das nossas cidades”.

“O contraditório é que embora é certo que estatisticamente há um crescimento econômico e de consumo, como toda estatística pode ser enganosa, por estar avultada em um setor e magra para muitos outros que seguem na desigualdade e exclusão. Isto também passou nos 90”, assinalou.

Do mesmo modo, explicou que as iniciativas que tenham como fim erradicar a pobreza, devem ter “uma profunda valorização da pessoa e do bem comum”, porque do contrário, “ditos projetos terminam naufragando”.

Depois de advertir que a mendicidade e a pobreza “desfiguram sempre a dignidade humana”, Dom Martínez chamou a pedir a intercessão de São Caetano “pelo trabalho, pelo pão e a paz nas nossas famílias e sociedade”.