O presidente da Confederação Católica de Pais de Família e Pais de Alunos (CONCAPA), Luis Carbonel, anunciou que sua entidade planeja convocar, para o próximo outono, “uma grande concentração em Madri” contra a reforma educativa recentemente aprovada pelo Executivo espanhol.

O responsável pelos pais católicos disse que o objetivo é “evitar que os filhos fiquem a mercê de uma lei que só pretende doutrina-los na ideologia laicista do Governo”, referindo-se à polêmica Lei Orgânica de Educação (LOE) cuja remissão ao Congresso dos Deputados foi passada, sorpresivamente e cortando unilateralmente o diálogo com os representantes da Igreja, pelo Conselho de ministros na sexta-feira passada 22 de julho.

Carbonel, quem assegura que “não temos mais opções”, o Governo está atuando com “prepotência”, como demonstra o fato de que tenha ignorado os três milhões de assinaturas recolhidas nos últimos meses a favor da classe de religião confessional.

Em diálogo com o ForumLibertas, o presidente do CONCAPA criticou a LOE pela falta de medidas que combatam o fracasso escolar”, a “doutrinação ideológica” e “a falta de respeito aos direitos e liberdades das famílias ao transgredir a liberdade de ensino”, assim como a “desvertebração do sistema educativo”.

Sobre a pretensão de doutrinar aos escolares na ideologia laicista, Carbonel denunciou que a reforma educativa “estabelece a disciplina ‘filosofia e cidadania’, avaliável e computável, para transmitir o credo do Governo”. Do mesmo modo, criticou a “falta de respeito aos direitos e liberdades das famílias ao transgredir a liberdade de ensino, o direito a livre eleição de centro ou o direito a que nossos filhos sejam educados conforme a nossas convicções filosóficas, religiosas ou morais”.

Segundo Carbonel, a LOE quebra o sistema educativo, “ao permitir aprofundar as diferenças em matérias e conteúdos entre as distintas comunidades autônomas, o que fará inviável a homologação de estudos entre as mesmas com o conseguinte problema se a família se vê obrigada a trocar de domicílio e a residir em uma comunidade autônoma distinta”.

Para o representante dos pais católicos, cabe agora informar a todas as “famílias que esta reforma educativa afeta gravemente aos estudantes em idade escolar”, porque o Governo “está suplantando o direito das famílias a que os filhos recebam uma educação de acordo com seus princípios filosóficos, morais e religiosos, ao degradar uma disciplina como a de religião para convertê-la em mero passatempo, em lugar de lhe dar a mesma categoria que as demais”.

Do mesmo modo, Carbonel assinalou que o Executivo pretende impor “uma concepção laicista através da nova disciplina com a que se doutrinará a nossos filhos sobre o que está bem ou mal, o correto ou incorreto, em soma, ensinando muitas vezes uma concepção ideológica que pode ser contraditória com a que ensinamos em nossas casas”.