A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) advertiu na quarta-feira, 23 de janeiro, que as tropas do Exército cercaram a Catedral de Maturín, onde centenas de pessoas se refugiaram, entre as quais manifestantes da oposição, sacerdotes e seminaristas.

O alerta foi dado pelo CEV através de sua conta no Twitter. "Dom Enrique Pérez Lavado relata que estão presos na Catedral de Maturín com seminaristas, sacerdotes e cerca de 700 pessoas que participam da manifestação. Estão sitiados, eles tentam entrar de maneira violenta", indicou na tarde de 23 de janeiro.

Minutos depois, informou que soldados tinham cercado o templo com mais de mil opositores dentro. "O Exército Nacional Bolivariano está nas entradas da Catedral de Nossa Senhora do Carmo de Maturín, onde se encontram mais de mil pessoas da oposição".

Segundo informou a ‘Radio Fe y Alegria’ em sua conta no Twitter, dentro da catedral também havia pessoas ligadas ao governo. A emissora informou que Pe. Samael Gamboa negociou com as autoridades de segurança a saída por grupos "para garantir seus Direitos Humanos".

A mídia local indicou que os eventos ocorreram em meio a manifestações contra o governo que ocorrem em todo o país. As pessoas se refugiaram na catedral devido à repressão das forças de segurança do regime e dos grupos pró-governo.

Durante os protestos, um grupo de manifestantes incendiou a sede do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), de Maturín.

"Depois de mais de três horas presos dentro da Catedral de Maturín, o grupo de partidários da oposição começa a sair" às 17h, informou a ‘Radio Fe y Alegria’.

A Assembleia Nacional, que conta com maioria da oposição, mas que não é reconhecida pelo regime, convocou uma manifestação para quarta-feira, 23, quando se comemorou 61 anos da derrubada da ditadura do general Marcos Pérez Jiménez, que depois fugiu para a República Dominicana.

Além disso, em uma cerimônia pública o presidente da Assembleia Legislativa, Juan Guaidó, se autoproclamou "Presidente interino da Venezuela" para “conseguir o cessar da usurpação, um governo de transição e ter eleições livres".

Em seguida, o presidente dos EUA, Donald Trump anunciou que reconhece "oficialmente o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino" da Venezuela.

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O Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, também expressou seu apoio ao líder da oposição. "Ele tem todo o nosso reconhecimento para impulsionar o retorno do país à democracia", escreveu no Twitter.

A imprensa internacional relatou que os governos de, Brasil, Colômbia, Peru, Equador e Costa Rica anunciaram em Davos (Suíça) que também reconhecem Juan Guaidó como "presidente da Venezuela". O anúncio foi feito depois de uma reunião que tiveram seus representantes por ocasião da Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial que se realiza no país europeu.

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