Os Estados Unidos apresentaram nesta semana a “lista negra” de países e organizações terroristas que são responsáveis por “violações sistemáticas constantes e notórias da liberdade religiosa”.

Entre os países que fazem parte desta lista negra, por permitirem, ou serem agentes eles próprios de tais violações, estão, Paquistão, China, Eritreia, Irã, Mianmar Coreia do Norte, Sudão, Arábia Saudita, Tajiquistão e Turcomenistão.

Há ainda outros dois países colocados em “vigilância especial”. São eles a Rússia e as Ilhas Comores.

Quanto aos grupos terroristas responsáveis por ataques relacionados a questões religiosas, perseguição e opressão de minorias, estão a Frente al-Nusra, na Síria; a Al Qaeda, na Península Arábica; a Al Qaeda e a Al-Shabab, na Somália; o Boko Haram, na Nigéria e em outros países da África Ocidental; os rebeldes Houthi, do Iêmen; o Estado Islâmico, na Síria e Iraque; e os Taliban, essencialmente no Afeganistão.

Esta lista do relatório anual do Congresso foi apresentada pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, na última terça-feira. Para ele, é necessário agir de forma a “proteger e promover” a liberdade religiosa no mundo. Disse ainda que os Estados Unidos vão assumir um papel preponderante nessa matéria.

“Em muitos lugares no mundo, pessoas continuam a sofrer assédio, prisões ou até mesmo a morte apenas por quererem viver as suas vidas de acordo com suas crenças”, disse Pompeo em um comunicado, acrescentando que “os Estados Unidos não ficarão indiferentes diante de tal opressão”.

Caso do Paquistão

A inclusão do Paquistão nesta lista representa “um dos casos mais surpreendentes”, segundo assinalou a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

O Paquistão tem estado, desde há algum tempo, na mira de organizações de defesa dos direitos humanos, por causa do assédio e perseguição a minorias religiosas, nomeadamente xiitas e cristãos.

Ao colocar este país na lista dos piores infratores em matéria de liberdade religiosa, torna possível a aplicação de sanções por parte dos Estados Unidos, nomeadamente em nível comercial e econômico.

Entretanto, indica ACN, esta inclusão do Paquistão pode ser considerada “um pouco estranha, pois ocorre apenas semanas depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter ilibado a cristã Asia Bibi de todas as acusações que pendiam sobre si, resultado de uma visão distorcida da famosa Lei da Blasfêmia”.

A mãe católica Asia Bibi esteve cerca de oito anos na prisão, tendo sido condenada à morte por blasfêmia por ter bebido um copo de água de um poço, ao que foi acusada de contaminar a água.

Em outubro, o Supremo Tribunal reavaliou o processo, inocentando Bibi, mas, apesar desta decisão, ela precisa continuar escondida, em local incerto, devido a ameaças contra sua vida. Esta fato, afirma ACN, é “sinal de que o Paquistão é um país onde as questões religiosas são vividas com uma intensidade por vezes perigosa”.

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