Uma corajosa mãe compartilhou imagens de seu filho falecido em um aborto espontâneo para demostrar que era um "bebê de verdade", não um "resíduo médico" como os médicos lhe disseram.

Sharran Sutherland, de Fair Grove, Missouri (Estados Unidos), é a mãe de 40 anos que perdeu o seu filho Miran de 14 semanas, logo que a ultrassonografia indicou que o seu coração deixou de bater.

Em declarações à mídia britânica, Sharran recordou que "o médico nos disse que poderíamos descartá-lo como resíduo médico, ou que poderíamos velar o pequeno em casa". "Fiquei muito chateada porque ela chamou o meu bebê de 'feto'. Não podia acreditar que ela insinuasse que era um resíduo médico. E estava chateada com isso", expressou.

Ultrassonografia de Miran - Foto: Cortesia Sharran Sutherland

Os médicos pediram que lhe fizessem uma dilatação e curetagem; entretanto, a mãe se negou porque para isso era necessário tirar o bebê em pedaços. Em vez disso, optou por dar à luz de parto normal em 23 de abril deste ano, 173 dias antes da data para o seu nascimento.

As imagens divulgadas pela mãe mostram o pequeno de quatro centímetros de comprimento – que pesava apenas 26 gramas –, com o rosto, as mãos, os pés e até as unhas completamente formadas.

Foto: Cortesia Sharran Sutherland

"Simplesmente não podia acreditar como ele era perfeito. As suas orelhas, a sua língua, suas gengivas, seus lábios. Não podia acreditar. Olhava para ele, enquanto o segurava na palma da minha mão e via a sua perfeição. Fiquei espantada", disse Sharran.

Sobre o enterro, como o pequeno Miran legalmente não podia ser classificado como um bebê até 20 semanas de vida, Sharran e seu esposo Michael Sutherland, de 35 anos, foram autorizados a levá-lo para a sua casa para enterrá-lo como quisessem.

"... Fiquei muito chateada, mas também sentia que um funeral era demais. Eu não sabia o que fazer e enfrentei esta decisão", recordou. Disse que junto com o seu esposo falaram "sobre enterrá-lo em um vaso cheio de hortênsias que cresceriam todos os anos e voltariam para que pudéssemos recordá-lo, e pensamos que era uma ótima ideia".

Apesar da perda dolorosa de seu bebê, Sharran disse que está "agradecida" porque teve a oportunidade de dar à luz, de ver e carregar Miran antes de se despedir dele.

Foto: Cortesia Sharran Sutherland

Entretanto, a mãe afirma que nunca lhe permitiram chorar adequadamente pelo seu filho porque, legalmente, Miran nunca foi uma criança, apenas um feto.

Sutherland assegurou que "este mundo fez um grande trabalho desumanizando os bebês não nascidos. A indústria do aborto fez um grande trabalho nisso, mas isso não afeta somente as mulheres que abortaram”.

"Afeta as mulheres que também perderam seus bebês, porque o mundo não vê os seus filhos como bebês. Então, quando uma mulher perde seu filho, não pode chorar da mesma maneira que uma mulher que deu à luz a um bebê que morre depois de nascer".

Foto: Cortesia Sharran Sutherland

Mais em

"Quando uma mulher perde o seu bebê antes de nascer, é como se você não falasse sobre isso. Uma mulher faz isso sozinha e acho que isso acontece porque outras pessoas não o reconhecem como um ser humano, como um bebê (...). É só um bebezinho", afirmou a mãe.

Este é um dos motivos pelos quais Sharran compartilha agora as imagens de seu filho, para mostrar a outras mulheres que acreditam que o aborto é uma opção, para que vejam como estão bem formados dentro do útero.

Do mesmo modo, assegura que, desde que compartilhou o post, uma amiga desistiu de praticar um aborto.

Em sua publicação, Sharran perguntou "como uma pessoa pode negar não só a humanidade de meu filho, mas a de todos os outros bebês tão jovens como ele e matá-los de uma maneira tão horrível?". "Eu espero que compartilhar estas fotos do meu pequeno precioso possa fazer com que uma pessoa que está pensando em praticar um aborto decida deixar que o seu filho viva", expressou.

"Eu acho que porque compartilhei o seu verdadeiro aspecto, e porque compartilhei a minha opinião (sobre o aborto), algumas pessoas dizem que converti isso em algo político, que não era a minha opinião nem a minha esperança".

Os pais enterraram o pequeno Miran neste vaso porque legalmente não era considerado um bebê. Foto: Cortesia Sharran Sutherland

A mãe reiterou o seu desejo de que, ao compartilhar as imagens de Miran, as pessoas que pensavam abortar desistissem de fazer isso. "Se uma mulher pode ver e ter toda a informação diante dela, então pode fazer uma escolha melhor", e se persistir na sua decisão, pelo menos já sabe o que está fazendo.

Nesse sentido, Sharran esclareceu que a sua intenção não era "envergonhar as mulheres que já passaram por isso", por um aborto.

A mãe norte-americana decidiu compartilhar a história em 12 de outubro, dia que Miran iria nascer. Desde então, a publicação se tornou viral e tendo mais de 36 mil curtidas, compartilhamentos e comentários.

Confira também: