O Papa Francisco enviou uma carta ao Pe. Federico Lombardi, presidente do Comitê de Administração da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger-BentoXVI, na qual destaca sua preocupação com as contradições que os chamados “novos direitos” acarretam entre si e com os direitos humanos reconhecidos na Declaração de 1948.

A carta foi enviada por ocasião do Simpósio Internacional, inaugurado na quinta-feira, 15 de novembro, sobre o tema “Direitos fundamentais e conflitos entre os direitos”, organizado em colaboração entre a Fundação Vaticana Joseph Ratzinger-Bento XVI e a Libera Università Maria Santissima Assunta (Lumsa). No texto, o Santo Padre reflete sobre “a implementação e o desenvolvimento da visão dos direitos humanos no mundo atual”.

Francisco se referiu, em concreto, ao discurso ao Corpo Diplomático que pronunciou em janeiro deste ano e que, precisamente, era dedicado à Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Tal declaração “visa remover os muros de separação que dividem a família humana e favorecer o desenvolvimento humano integral”.

Entretanto, “percebei como ao mesmo tempo é necessário constatar que, no decorrer dos anos, a interpretação de alguns direitos foi mudando progressivamente, a fim de incluir uma diversidade de novos direitos, muitas vezes em oposição um ao outro. Abre-se assim, uma série de problemas que envolvem profundamente a ideia de direito e seus fundamentos”.

“O Papa emérito Bento XVI sentiu com lucidez a urgência dessas temáticas para o nosso tempo e agiu com autoridade sobre isso como pensador e como pastor. Por isso, vinte anos atrás a Universidade Lumsa concedeu ao Cardeal Ratzinger a laurea honoris causa em Jurisprudência”.

Portanto, desejou que o simpósio, "obtendo inspiração do pensamento e do magistério do nosso amado Papa emérito, possa contribuir com coragem e profundidade a iluminar uma problemática essencial para a tutela da dignidade da pessoa humana e seu desenvolvimento integral”.

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