O Papa Francisco recebeu na sexta-feira, 9 de novembro, no Vaticano, Sua Santidade Mar Gewargis III, Patriarca Catholicos da Igreja Assíria do Oriente, e disse que o testemunho dos cristãos no Oriente Médio incentiva a unidade; em seguida, rezaram juntos pelo fim do sofrimento desses irmãos e assinaram uma declaração comum.

"Há dois anos tivemos o nosso primeiro encontro, mas tive a alegria de encontrar novamente com Sua Santidade em 7 de julho, em Bari, por ocasião do dia de reflexão e oração pela paz no Oriente Médio, também muito desejado por você", disse o Santo Padre.

“Compartilhamos, de fato, o grande sofrimento sobre a trágica situação dos irmãos e irmãs que vivem no Oriente Médio e são vítimas de violências e muitas vezes obrigados a deixar a terra onde sempre viveram. Eles percorrem a via-sacra seguindo as pegadas de Cristo e, mesmo pertencendo a diferentes comunidades, instaura-se entre eles relações fraternas e tornam-se nossas testemunhas de unidade”.

"Pelo fim de tanto sofrimento, rezaremos juntos nesta tarde, invocando ao Senhor o dom da paz no Oriente Médio, principalmente no Iraque e na Síria", ressaltou o Papa.

Em seguida, Francisco destacou o trabalho realizado pela Comissão para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Assíria do Oriente, que é “fruto do diálogo e mostra que as diversidades práticas e disciplinares nem sempre são obstáculos à unidade e que algumas diferenças nas expressões teológicas podem ser consideradas mais complementares do que conflitivas”.

“Sua Santidade, queridíssimo irmão, com afeto desejo expressar a minha gratidão pela vossa visita e pelo dom de rezar juntos hoje, rezando a oração do Senhor: ‘Que todos sejam um (...) a fim de que o mundo creia’”, concluiu o Pontífice.

Na declaração conjunta, assinalam que os cristãos assassinados por ódio à fé no Oriente Médio são "a semente da unidade cristã".

Depois de afirmar que “estamos juntos com os nossos irmãos e irmãs perseguidos para ser voz de quem não tem voz”, a declaração indica que, “juntos, faremos de tudo para aliviar os seus sofrimentos e ajudá-los a encontrar maneiras para iniciar uma nova vida. Queremos afirmar mais uma vez que é impossível imaginar o Oriente Médio sem cristãos”.

“Apelamos novamente à comunidade internacional para promover soluções políticas que reconheçam os direitos e deveres de todas as partes envolvidas, conscientes da necessidade de garantir os direitos de cada pessoa”, continua a declaração.

“Os cristãos não querem ser considerados uma ‘minoria protegida’ ou um grupo tolerado, mas cidadãos plenos, cujos direitos devem ser garantidos e defendidos, junto com os dos outros cidadãos”.

Finalmente, o texto destaca a importância do "diálogo inter-religioso baseado em uma atitude de abertura, verdade e amor. Este diálogo também é o melhor antídoto contra o extremismo, que é uma ameaça para os seguidores de todas as religiões".

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