As autoridades do Paquistão libertaram em 7 de novembro a mãe católica Asia Bibi, que pegou um voo para sair do país para um lugar seguro.

Segundo BBC, o advogado de Asia Bibi, Saif Malook, informou que a mulher acusada de blasfêmia contra o islã e cuja condenação à morte foi anulada há alguns dias, deixou o Paquistão acompanhada por sua família.

Antes de sair do país, Asia Bibi deixou a prisão de mulheres de Multan, onde esteve presa desde 2010.

Em 31 de outubro, o Supremo Tribunal do Paquistão anulou a pena de morte contra esta mãe de cinco filhos, o que gerou protestos de extremistas muçulmanos, os quais exigiram que o governo executasse a mulher.

Devido aos protestos, em 2 de novembro, o governo chegou a um acordo com o grupo extremista Tehreek-e-Labbaik Paquistão (TLP) para não permitir a saída do país de Asia Bibi e para que o Supremo Tribunal revisasse o caso.

Em 5 de novembro, Asgiq Masih, esposo de Asia Bibi, disse à imprensa alemã que “a situação atual é muito perigosa para nós. Não temos segurança e estamos nos escondendo aqui e ali, normalmente mudando de lugar. Acho que os clérigos cercarão a Suprema Corte no dia da audiência”.

“Realmente ficarei com muito medo de ir nesse dia, mas acredito que Deus tem nos protegido e também continuará nos protegendo. Coloco toda a minha confiança em Deus”, concluiu.

Por sua parte, o advogado Malook saiu há alguns dias do Paquistão diante das ameaças de morte que recebeu. “Eu preciso continuar vivo para dar prosseguimento à batalha legal por Asia Bibi”, disse o jurista em declarações a AFP.

O caso de Asia Bibi

Em junho de 2009, Asia Bibi trabalhava recolhendo frutas da cidade de Sheikhupura, perto da capital Lahore. Quando se aproximou de um poço para beber água, um grupo de muçulmanas a acusou de contaminar a água por ser cristã.

Bibi respondeu aos insultos contra sua fé dizendo: “Eu acredito na minha religião e em Jesus Cristo que morreu na Cruz pelos pecados da humanidade. O que fez seu profeta Maomé para salvar a humanidade?”.

Depois de ser acusada de blasfemar contra o Islã, Bibi permaneceu presa desde 2009 e foi condenada à morte em 2010.

Iniciaram uma campanha internacional para a sua libertação. No último dia 31 de outubro, a Suprema Corte anulou condenação que pesava sobre esta mãe católica.

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