O presidente do Movimento de todas as minorias no Paquistão, Paul Bhatti afirmou que a decisão da Suprema Corte para anular a sentença de morte de Asia Bibi, a mulher cristã presa desde 2009 por um suposto delito de blasfêmia, é uma "grande esperança" para o país "e para as minorias" do mundo.

Em uma entrevista publicada no dia 31 de outubro por Vatican News, Bhatti também disse que é um grande sinal que, "apesar deste sofrimento", Asia Bibi tenha permanecido "fiel ao seu credo".

Nesse sentido, Paul Bhatti recordou o seu irmão Shabaz, ministro federal para as Minorias

assassinado em 2011 por pedir uma revisão da lei de blasfêmia.

Antes de morrer, "uma das batalhas do meu irmão foi contra a blasfêmia, contra as pessoas discriminadas ou acusadas injustamente. Esta é uma grande batalha – acrescentou – que hoje deu fruto. É uma esperança para o Paquistão e para o resto do mundo".

Entretanto, o presidente do Movimento de todas as minorias assinalou que para Asia Bibi "não é seguro ficar no Paquistão", pois há algumas semanas membros de grupos extremistas anunciaram "uma grande manifestação que bloquearia todo o país". Também reconheceu que existe o temor de que haja uma "repercussão contra os cristãos".

Apesar disso, para Paul Bhatti, a notícia da absolvição de Asia Bibi "reflete a coragem da justiça atual e do país que se dirige a uma convivência pacífica e ao respeito das minorias" e citou o chefe da Suprema Corte, Saqib Nisar, o muçulmano que declarou que "somos obrigados, pela fé, a defender os mais fracos e não os assassinar ou discriminar".

Porém, Bhatti explicou que, às vezes, fazem "lavagem cerebral em algumas crianças com uma mensagem de ódio contra os cristãos, contra os ocidentais, contra todos os não muçulmanos".

Por isso, no Movimento que lidera, tentam indicar quais são "as escolas que educam com uma mensagem do ódio", porque concluiu que "isto é contra a humanidade e contra o Paquistão".

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