O Papa Francisco fez um advertência aos sacerdotes que vão às festas de casamentos e que causam escândalo porque não aprenderam “a arte de permanecer no lugar” que lhes corresponde.

“Escandalizar as pessoas é algo ruim, e inclusive escandalizar o presbitério é algo ruim”.

“Quando virem que um sacerdote escandaliza, vão diretamente a ele, a um amigo seu, ao pároco ou ao bispo, para ajuda-lo”, disse o Papa durante o encontro que teve no sábado, 13 de outubro, com um grupo de seminaristas da região italiana da Lombardia.

Francisco lhes disse que na Argentina “existe o costume de convidar os sacerdotes para a festa de casamento: quando celebra o casamento, te convidam para a festa. O casamento é celebrado na última hora da tarde e em seguida vem a festa. Muitos sacerdotes vão e causam uma má impressão porque estão em meio a uma festa mundana e depois bebem demais. É um escândalo. ‘Não, eu vou fazer apostolado’. Mas, por favor!”, exclamou o Pontífice.

O Papa assinalou que os presbíteros vão porque “os esposos pedem. ‘Sim, venha’”. Entretanto, recomendou aos seminaristas que sejam como “os sacerdotes inteligentes” que “dizem: ‘Não, olhe, eu irei, mas quando voltarem da lua de mel, irei à sua casa, a abençoarei e jantarei com vocês dois’. Isso não escandaliza”.

O Pontífice incentivou a aprender “a arte de permanecer no seu lugar. Para estar no lugar do sacerdote, não se deve ser rígido, mas humano, normal, estar em seu lugar e nunca escandalizar”.

O Papa Francisco também se referiu ao escândalo que geram os sacerdotes culpados de abusos sexuais. “É um escândalo mundial que faz pensar nos sacrifícios humanos das crianças feitos pelos pagãos. Neste ponto, falem claramente. Se veem algo assim, imediatamente vão ao bispo par ajudar a esse irmãos abusador”, indicou.

Outro escândalo, continuou, é o do “sacerdote mundano, que vive na mundanidade espiritual”, diante do qual sugeriu a leitura de um livro do Cardeal Henri de Lubac.

“Impressionou-me tanto quando li, pela primeira vez, Meditação sobre a Igreja, do Cardeal Lubac: o último capítulo, as duas últimas páginas. Cita um beneditino que diz que o pior pecado da Igreja é a mundanidade espiritual. É converter a religião em uma antropologia. Leiam essas duas páginas, lhes fará bem”, disse Francisco.

No texto, o falecido Purpurado francês escreveu que “a mundanidade espiritual nada mais é do que uma atitude radicalmente antropocêntrica. Essa atitude seria imperdoável, no caso – que vamos supor possível – de um homem que estivesse dotado de todas as perfeições espirituais, mas que não o conduziram a Deus”.

“Se esta mundanidade espiritual invadisse a Igreja e trabalhasse para corrompê-la, atacando-a em seu próprio princípio, seria infinitamente mais desastrosa do que qualquer outra mundanidade simplesmente moral”, alertou o Cardeal.

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