VATICANO, 20 de jul de 2005 às 15:16
Em uma carta enviada ao Cardeal Stephen Fumio Hamao, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Emigrantes e Itinerantes, com ocasião da celebração do Dia Mundial do Turismo, o Cardeal Angelo Sodano, em nome do Papa Bento XVI, assinalou que é ´preciso superar, como Julio Verne, os limites da cultura atual.A referência do Cardeal Sodano ao famoso novelista francês de ficção científica, autor de novelas futuristas como "Da Terra à Lua" ou "20.000 léguas submarinas", inspira-se no tema da presente jornada: "Viagem e transporte: do mundo imaginário de Julio Verne à realidade do século XXI".
O Cardeal recorda que as viagens "reais ou imaginários" de Verne "constituíram um convite a consultar o novo atlas geográfico e um desafio à responsabilidade humana na hora de enfrentar limites que não podiam ser dissimulados. A finais do século XIX, em suas viagens incríveis, Verne superava estes limites impostos pela cultura dominante e por uma visão que fazia do Ocidente europeu o todo".
"Também hoje –adiciona o Cardeal- temos que superar diversos obstáculos se quisermos que a oferta turística, fruto de viagens e transportes, abra-se todos". "Possibilidades novas e inéditas de viagens podem fazer do turismo uma ocasião providencial para compartilhar os bens da terra e da cultura", acrescenta.
O Secretário de estado destaca, entretanto, que é necessário "ter em conta sempre as exigências éticas ligadas ao turismo"; por isso, pede que os responsáveis por este setor "favoreçam o encontro pacífico entre as populações, garantindo segurança e facilidade de comunicação", tendo sempre claro que "em toda atividade e, portanto também no turismo, o fim primário é o respeito da pessoa".
Por último, o Cardeal Sodano destaca que os turistas por sua vez devem respeitar a diversidade "pessoal, cultural e religiosa" dos povos que visitam, e convida as comunidades cristãs a acolhê-los, oferecendo a "possibilidade de descobrir a riqueza de Cristo encarnada não só nos monumentos e obras de arte religiosas, mas na vida cotidiana de uma Igreja viva".