Em uma coluna de opinião publicada no sábado, 29 de setembro, o Arcebispo da Filadélfia, Dom Charles Chaput, reiterou suas preocupações sobre o próximo Sínodo dos Jovens, que terá início em 3 de outubro, dizendo que não se centralizar no sentimentalismo, mas na fé.

A coluna foi publicada no jornal italiano ‘Il Foglio’.

Segundo Dom Chaput, depois do relatório do grande júri em todo o estado da Pensilvânia (Estados Unidos) e dos problemas de abusos no Chile, Alemanha e outros lugares, “a Igreja está em crise”.

“Nesse contexto turbulento, a Santa Sé acolherá um Sínodo mundial de bispos, de 3 a 28 de outubro, em Roma. Focado no tema de ‘jovens, fé e discernimento vocacional’, dificilmente se pode imaginar uma confluência mais irônica e mais difícil de eventos negativos em um mau momento para este encontro”, disso.

O Arcebispo explicou que “isso não significa que o sínodo deva fracassar em seu trabalho”, porque o “atrativo pessoal do Papa Francisco e a boa vontade que possa gerar seguem sendo fortes”.

“Esta é a razão pela qual muitos sacerdotes jovens, como aqueles que escreveram uma carta aberta aos delegados do iminente sínodo no começo do mês, veem uma oportunidade na temática do encontro. Como esclarecem, o êxito do sínodo depende de uma profunda confiança na Palavra de Deus e na missão da Igreja, apesar dos pecados de seus líderes”, indicou.

Do mesmo modo, Dom Chaput escreveu que é “à luz de sua fé, e da fé de outros homens e mulheres jovens como eles, que o instrumentum laboris ou ‘documento de trabalho’ do sínodo deve ser revisado. Tal como está, o texto é forte nas ciências sociais, mas não tanto em seu chamado à crença, conversão e missão”.

Citando uma reflexão teológica recentemente publicada, Dom Chaput lamentou que haja dentro do documento “sérias preocupações teológicas, que incluem: uma falsa compreensão da consciência e seu papel na vida moral”; uma “falsa dicotomia proposta entre a verdade e a liberdade”; um “enfoque generalizado nos elementos socioculturais, excluindo questões religiosas e morais mais profundas”; uma “ausência da esperança do Evangelho”; e um “tratamento insuficiente do escândalo de abuso”.

“Comentários como esses soam duros”, admite Dom Chaput, “mas não são de todo injustificáveis”.

“Um sínodo que se ocupa de questões de sexualidade e dos jovens também deveria tratar, com honestidade e profundidade, as raízes de um desastre de abuso sexual cometido por clérigos a menores de idade”, acrescentou.

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