O Secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Gallagher, recordou à Assembleia Geral das Nações Unidas que, para alcançar a paz, é necessária uma conversão dos corações, reconhecendo o outro como irmão ou irmã.

O representante vaticano disse estas palavras durante o seu discurso na Cúpula da Paz Nelson Mandela, realizada em 24 de setembro como um preâmbulo da Assembleia Geral da ONU em Nova York (Estados Unidos).

Dom Gallagher destacou que a Declaração Política adotada pelos representantes mundiais no início da cúpula "reconhece que devemos 'buscar a conversão do coração e da mente que possa fazer a diferença".

"Na verdade, necessita-se de uma conversão dos corações; devemos reconhecer no outro um irmão ou irmã que devemos cuidar e trabalhar para construir uma vida plena para todos. Este é o espírito que inspira muitas iniciativas da sociedade civil, incluindo as organizações religiosas, para promover a paz", assinalou o representante da Santa Sé.

Nesse sentido, recordou que a cada ano novo a Igreja Católica celebra o Dia Mundial da Paz "para chamar a atenção sobre o bem imenso e universal da paz".

Dom Gallagher afirmou que a cúpula realizada em 24 de setembro "também é uma espécie de 'Dia Mundial da Paz', no qual proclamamos que a paz é um dom de Deus confiado a todos nós. Temos a tarefa de cuidar dela".

"A Santa Sé se une aos Estados membros em todos os esforços para trabalhar energicamente pela paz verdadeira e manifestar a esperança de que 'o compromisso diário de todos continuará dando frutos e que haverá uma aplicação efetiva no direito internacional do direito à paz, como o direito humano e um pré-requisito necessário para qualquer outro direito’”.

Dom Gallagher disse que "este seria o tipo de conversão da mente e do coração" que ajudará os outros a "florescer em paz e liberdade".

O diplomata vaticano recordou que, em sua autobiografia, Mandela aconselha que, "se você quer fazer as pazes com o teu inimigo, precisa trabalhar com o teu inimigo. Então ele se torna o teu parceiro".

"A perseverança inspiradora de Mandela em sua busca de justiça, liberdade e paz, é para esta 'família de nações' uma motivação para aumentar os nossos esforços e a nossa dedicação na busca de um mundo mais justo e pacífico", afirmou.

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