O Papa Francisco fez um chamado ao encontro entre povos e religiões sob o auspício da Boa Nova portada por Jesus: “Construímos demasiadas fortalezas no nosso passado”, lamentou.

Durante a visita que realizou ao Santuário Mater Misericordiae, em Vilnius, Lituânia, na viagem apostólica que começou neste sábado, 22 de setembro, o Santo Padre fez referência à histórica Porta da Aurora, situada junto ao Santuário, último elemento da muralha da cidade destruída em 1799.

Sobre a porta está a imagem da Virgem da Misericórdia. O Pontífice realizou uma reflexão sobre o fato de que precisamente esta porta e a imagem tenham sido os únicos elementos da estrutura defensiva que chegaram aos dias de hoje.

Já naqueles dias, ela “queria ensinar-nos que se pode proteger sem atacar, que é possível ser prudentes sem a necessidade doentia de desconfiar de todos”.

“Quando nos fechamos em nós próprios com medo dos outros, quando construímos muros e barricadas, acabamos por nos privar da Boa Nova de Jesus, que conduz a história e a vida dos outros”.

Francisco lamentou que “construímos demasiadas fortalezas no nosso passado, mas hoje sentimos a necessidade de nos olharmos de frente reconhecendo-nos como irmãos, de caminhar juntos descobrindo e experimentando, jubilosa e pacificamente, o valor da fraternidade”.

Por isso, fez um chamado ao encontro entre povos e religiões sob o auspício da Boa Nova de Jesus e da Mãe da Misericórdia: “Todos os dias vem aqui visitar a Mãe da Misericórdia uma multidão de pessoas provenientes de muitos países: lituanos, polacos, bielorrussos e russos; católicos e ortodoxos”.

“Hoje isto tornou-se possível pela facilidade das comunicações, a liberdade de circulação entre os nossos países. Como seria bom se, à facilidade de se deslocar de um lugar para outro, se juntasse também a facilidade de estabelecer pontes de encontro e solidariedade entre todos, de fazer circular os dons que gratuitamente recebemos, de sair de nós mesmos para nos darmos aos outros, aceitando por nossa vez a presença e a diferença dos outros como um dom e uma riqueza na nossa vida”.

O Papa finalizou seu discurso desejando que, “ao cruzar este limiar, possamos experimentar a força que purifica o nosso modo de nos relacionar com os outros, e que a Mãe nos conceda olhar para os seus limites e defeitos com misericórdia e humildade, sem nos julgarmos superiores a ninguém”.

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