A Diocese de São Pedro Sula se uniu aos familiares das vítimas do incêndio do Centro Penitenciário Sampedrano, ocorrido em maio de 2004, em sua denúncia contra o Estado de Honduras, apresentada ante a Comissão Interamericana de Direitos humanos (CIDH).

Através de um comunicado, o Bispo de São Pedro Sula, Dom Angel Garachana Pérez, assinala que já passou mais de um ano desde a tragédia em que morreram mais de cem presos e até o momento as autoridades não esclareceram os fatos.

O Prelado esclarece que não se busca o enfrentamento com o Estado, mas “tantos mortos e tanta dor não podem ser em vão”. No texto, pede-se às autoridades reformar o sistema penitenciário onde, entre outras coisas, se vele por um estrito respeito à vida humana.

“O Estado tem a obrigação de garantir a vida, além da reabilitação dos privados de liberdade e por isso é urgente e necessário que se realizem mudanças no sistema penitenciário”, assinala o Bispo.

Indica que o fato de somar-se à denúncia ante a CIDH procura o bem comum e ajudar ao Estado “a cumprir sua responsabilidade de obter um sistema penitenciário que reabilite e contribua à convivência social”.

Entretanto, o Prelado assinala que a espiral de violência que vive a sociedade é, por outro lado, responsabilidade de todos. “A morte dos nossos irmãos também acusa a todos desde nossa realidade de conformismo, não só devemos questionar ao Governo, mas também nossa responsabilidade social e nosso compromisso de fé”, adverte Dom Garachana.

Finalmente, depois de chamar a não permitir que a morte e a impunidade se apropriem do país, o Bispo de São Pedro Sula exorta aos paroquianos a pôr “mãos à obra na construção de um sociedade mais justa, solidária e pacífica”.

De prosperar a demanda interposta ante a CIDH, esta será elevada à Corte Interamericana de Direitos humanos.