Em uma mensagem dirigida à seção britânica da organização Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Bispo Auxiliar de Bagdá, Dom Andreas Abouna, informou que existe grande preocupação entre os cristãos pela próxima aprovação da Constituição que converteria ao Iraque em Estado muçulmano, o que levaria a automática discriminação dos não muçulmanos.

Em 14 de julho, o Prelado se apresentou ante representantes da Igreja Católica na Inglaterra com uma carta assinada por líderes de nove denominações cristãs em que pedem que exista igualdade entre os distintos grupos religiosos.

Para acentuar mais as preocupações destes líderes, existem relatórios que dão conta dos shiitas –o grupo muçulmano maior do Iraque– pressionando para que se aprove a Constituição que consagre a lei sharia.

Os líderes temem que os católicos terminem sendo vítimas da discriminação e perseguição que os cristãos enfrentam em outros lugares aonde se impõe a lei sharia.

Para os muçulmanos a lei sharia é a lei de Deus tal como foi revelada por Mahoma. A palavra sharia significa “o caminho ao manancial”, funciona como um código religioso para viver e está adotado em maior ou menor grau por todos os muçulmanos, como uma questão de consciência pessoal. Pode ser formalmente instituída como lei pelos estados e assim também os tribunais podem velar por seu cumprimento.