Jorge Alcocer Varela, nomeado pelo novo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, para o Ministério da Saúde, classificou o aborto como um "direito" da mulher e assegurou que se deve "garantir esta possibilidade" em todos os estados.

Em declarações ao jornal mexicano ‘Excélsior’, Alcocer Varela disse que, "se é uma decisão pessoal e é um direito da mulher, avante. Não devemos colocar a outras instâncias que não são as que regulam os cuidados da saúde".

O próximo ministro da Saúde do México disse que o aborto "ainda não está na lei, mas é uma proposta. O Estado deve garantir a possibilidade em cada unidade federativa".

As declarações de Alcocer Varela se somam às de Olga Sánchez Cordero, anunciada como próxima ministra de Governo, que ofereceu trabalhar pela legalização do aborto e da "morte digna" em todo o país.

López Obrador, que venceu as eleições presidenciais em 1º de julho deste ano, assumirá o governo no próximo dia 1º de dezembro por um período de seis anos.

Em declarações ao Grupo ACI, Marcial Padilla, diretor da plataforma pró-vida ‘ConParticipación’, assegurou que as promessas da equipe de governo de López Obrador contradizem "todos os princípios do direito internacional, começando pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto de San José e a Convenção sobre os Direitos da Criança, que reconhecem o direito à vida".

Padilla advertiu que "isso é algo que nós, mexicanos, não permitiremos".

“Exigimos que o presidente eleito se manifeste a favor do direito à vida e à proteção da vida de todos os mexicanos em todas as suas fases. Precisamos que o governo proteja a nossa vida, não que nos avise quando pode nos matar”.

Além disso, assinalou, "exigimos que o futuro ministro federal da Saúde se retrate".

O diretor de ‘ConParticipación’ indicou que lançaram uma campanha através da plataforma internacional CitizenGO, que ultrapassou nove mil assinaturas em menos de 48 horas.

"Fiquem atentos ao que nós, de diversas organizações da sociedade civil, faremos em aliança e em coalizão para impedir esta imposição do futuro governo federal de desproteger e ignorar a vida dos não nascidos", assinalou.

Padilla sublinhou que "o México é um país que ama a vida. Salvaremos ambas as vidas".

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