O Arcebispo de Madri, Cardeal Antonio Rouco Varela, considerou que o problema de fundo nas atuais relações Igreja-estado na Espanha é a tentativa de alguns de “revisar” e questionar os conceitos de Estado e direito, do ser humano e seus direitos fundamentais, a ética e a moral.

O Cardeal fez estas declarações na conferência de clausura do seminário da Universidade de Verão CEU 2005 "Relações Igreja-estado", celebrado-nos dias 12 e 13 de julho na capital espanhola.

Depois de assinalar que os problemas das relações são "mais institucionais", e sublinhar que o “mais grave” é hoje o da escola, o Cardeal apontou que "o problema de fundo é querer revisar o conceito de Estado e de direito, e pô-lo em questão sobre o que viveu a Espanha desde ano ‘78 e que também vive a Europa livre e solidária desde que terminou a II Guerra Mundial".

Nesta linha, o Cardeal Rouco assinalou que "a solução dos problemas institucionais pendentes, como o da educação, não deveriam ter difícil solução se se partir do conceito prévio e reconhecido do que é o homem e seus direitos fundamentais".

Logo depois de alertar sobre os “revisionismos” jurídicos e históricos, o Cardeal assegurou que quando "o Estado se acha monopolizador do ensino, pode-nos levar a um quarto escuro".

O Cardeal, que ofereceu alguns dados histórico-jurídicos na história das relações Igreja-estado, elogiou a Constituição de 1978 e rechaçou os questionamentos que lhe fazem no presente.

Ao responder algumas perguntas no final de sua intervenção, o Cardeal assinalou que outro sério problema nas relações Igreja-estado é a relativização dos fundamentos éticos do estado e da sociedade.

A respeito, assinalou que fica em perigo não só os bens fundamentais da sociedade em geral, mas também os bens da pessoa, a família, além de questionar o futuro político da paz nas sociedades da Europa.

Finalmente, ressaltou a necessidade e urgência de uma retificação no curso da correta formação da consciência em relação aos fundamentos morais e éticos.