Funcionários da Polícia de Investigações do Chile (PDI) realizaram um mandado de busca e apreensão no dia 14 de agosto nos escritórios da Conferência Episcopal (CEC) para confiscar informação e declarações de vítimas de abusos da Congregação dos Irmãos Maristas.

Segundo a Procuradoria, das denúncias de abuso sexual que ocorreu na Igreja no Chile, 38 casos vigentes na investigação estão relacionados à Congregação Marista.

A equipe do Ministério Público e da Delegacia de Crimes Sexuais da PDI chegou às 9h15 ao prédio localizado no centro de Santiago para executar a ordem do promotor regional do Sul, Raúl Guzmán, responsável por investigar os casos ligados a esta congregação em nível nacional.

Após o procedimento, que durou cerca de 90 minutos, o promotor disse à imprensa que "estamos reunindo e complementando antecedentes que já havíamos recebido, especialmente para a identificação das vítimas que apresentaram denúncias por abusos de diferentes tipos".

Além disso, destacou que estes antecedentes estão "relacionados aos acontecimentos que estamos investigando, que podem ser constitutivos de crime, e isso envolve tanto vítimas como eventuais acusados".

Depois de terminarem o mandado de busca e apreensão na Conferência Episcopal, os promotores e a PDI seguiram para a sede dos Irmãos Maristas, no bairro da Providencia, para estabelecer um novo procedimento.

Este mando de busca e apreensão se soma a outros que ocorreram durante este ano nas sedes da igreja por casos de abusos, como na Diocese de Rancagua, na Diocese Castrense e no Tribunal Eclesiástico de Santiago.

Em paralelo à investigação civil, a Congregação dos Irmãos Maristas no Chile realiza uma investigação canônica sobre as denúncias de abusos sexuais contra alguns dos seus membros.

Em fevereiro deste ano, algumas vítimas do caso Maristas tiveram a oportunidade de se reunir com Dom Charles Scicluna, enviado do Papa ao Chile que investiga as acusações de encobrimento contra Dom Juan Barros, no caso Karadima.

O sacerdote espanhol Jordi Bertomeu, que foi o tabelião do encontro, registrou que o enviado do Papa encorajou as vítimas ao "direito de denunciar civilmente" os acontecimentos ocorridos ao tribunal.

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