Um templo católico na província de Jinan, China, foi demolido por agentes do governo, a mais recente de uma série de demolições de igrejas no país.

Cerca de 40 policiais e funcionários do governo ingressaram na Igreja Católica Liangwang na manhã de 17 de julho, expulsando três mulheres que cuidavam do lugar. Gao Rongli, Zhang Siling e Li Xiangmei foram expulsas do edifício, registradas e tiraram-lhes e destruíram seus celulares, informou Asia News.

Mais tarde, nesse mesmo dia, outros 30 homens chegaram com escavadeiras e derrubaram o edifício, destruindo o altar e os bens móveis.

Segundo os relatórios, a demolição está vinculada a um plano de desenvolvimento local para uma nova área residencial e uma estação ferroviária.

Foram feitas conversas cm o Escritório local de Assuntos Religiosos para a realocação da Igreja, mas não houve advertência prévia de que a demolição aconteceria, nem se chegou a um acordo sobre um novo lugar para realocá-la.

A igreja, que estava no povoado de Liangwang, foi construída originalmente durante a década de 1920 e designada como uma “casa privada” durante a revolução cultural. Mais recentemente, se teria outorgado uma permissão do governo para operar legalmente, de acordo com UCANews.

Embora se tenha informado que houve promessas de compensação pela destruição do templo, ainda não se apresentou nenhuma oferta formal.

Os católicos locais e outros cristãos regressaram ao lugar em ruínas em 23 de julho para rezar e protestar contra a demolição. Os relatórios locais indicam que outra igreja em Wangcun, Huashan, também está programada para demolição como parte do plano de renovação urbana desta cidade.

Em junho, o governo também destruiu uma Via Sacra na província de Henan. O local havia sido um lugar de peregrinação para milhares de católicos chineses. No começo deste ano, houve uma repressão generalizada contra edifícios de igrejas por parte do governo, muitos dos quais foram destruídos e outros tiveram suas cruzes derrubadas.

As demolições seguem as reformas do governo chinês do começo deste ano, parte das quais incluíram colocar a Associação Católica Patriótica Chinesa (Igreja “oficial” e leal ao governo) sob a supervisão direta do Partido Comunista Chinês. As novas regulamentações incluem o requisito de que se coloque letreiros do lado de fora das igrejas para evitar a entrada de menores.

Em março, o Bispo Vincent Guo Xijin, que ministra à chamada Igreja “clandestina” que inclui bispos legítimos e sacerdotes que permanecem fiéis ao Papa, foi detido por se negar a concelebrar uma Missa crismal com o bispo ilícito e excomungado Zhan Silu. Depois, foi liberado, mas proibiram-no de celebrar a cerimônia.

Há alguns anos, a Santa Sé trabalha em um acordo para o restabelecimento das relações diplomáticas com a China, uma aproximação desejada pelo Papa Francisco.

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