Depois da morte do Cardeal Jean-Louis Tauran no último dia 5 de julho, o escritório do Camerlengo está vacante. Uma posição delicada, especialmente no período entre a morte de um Papa e a eleição do seu sucessor; por isso, a Igreja aguarda a nomeação de um novo camerlengo pelo Papa Francisco.

O camerlengo é um dos dois funcionários principais da Cúria Romana que não perde o seu cargo enquanto o papado está vacante. Durante este período, administra as finanças e as propriedades da Igreja.

Entretanto, Francisco poderia fazer o mesmo que o Venerável Pio XII, que em 1941 decidiu não nomear um novo camerlengo depois da morte do Cardeal Lorenzo Lauri.

Neste caso, quando Pio XII morreu em 1958, os cardeais elegeram o Cardeal Benedetto Aloisi Masella como camerlengo.

A posição do camerlengo é regulada pelas constituições apostólicas Pastor bonus e Universi dominici gregis.

O número 17 de Universi dominici gregis estabelece que “o Camerlengo da Santa Igreja Romana deve constatar oficialmente a morte do Pontífice”, “aplicar os sigilos no escritório e no quarto do Pontífice” e, em seguida, fazer a mesma coisa no apartamento privado pontifício.

O Camerlengo também é responsável por notificar o Cardeal Vigário de Roma sobre a morte do Papa, o qual depois notifica o povo através de um anúncio especial. Além disso, toma posse do Palácio Apostólico no Vaticano e dos Palácios de Latrão e Castel Gandolfo, exercendo sua custódia e governo.

“Com efeito, é atribuição do Camerlengo da Santa Igreja Romana, durante o período de Sé vacante, cuidar e administrar os bens e os direitos temporais da Santa Sé, com o auxílio dos três Cardeais Assistentes, precedido – uma vez para as questões menos importantes, e todas as vezes para as mais graves – do voto do Colégio dos Cardeais”, indica a constituição.

Depois de ser nomeado, o novo Camerlengo fará o juramento diante do Papa, o qual lhe entregará um cetro como símbolo de autoridade. O cetro atual, coberto de veludo vermelho, data do papado de Bento XV.

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