“Papa peregrino” e “Papa da família” foram apenas alguns títulos que caracterizaram São João Paulo II durante o seu pontificado; mas, também ficou conhecido como “o atleta de Deus”, por sua grande paixão pelos esportes, entre os quais o futebol, em que atuou como goleiro.

Ainda na infância, Karol Wojtyla começou a estreitar os laços com o futebol. Na juventude, era um bom jogador e participou até mesmo de partidas organizadas entre judeus e cristãos, reforçando a equipe hebreia quando faltavam jogadores nesta.

Em certa ocasião, ao recordar a relação de Wojtyla com o futebol à agência Reuters, o médico Jerzy Kluger, amigo de juventude do santo, elogiou a sua “coragem” e habilidade no gol.

João Paulo II era torcedor da equipe MKS Cracóvia, da sua terra natal, a Polônia. Sua proximidade e ânimo a esta equipe durou por muitos anos até sua morte. Por isso, o time entrou em luto e seus fãs disseram que perdiam “um companheiro” quando o Pontífice faleceu, em 2 de abril de 2005.

Em janeiro daquele mesmo ano, porém, o time polonês pôde se encontrar com seu torcedor mais ilustre no Vaticano, quando foi entregue a João Paulo II uma camisa bialo-czerwona (branca e vermelha) com o seu nome grifado e o número 1.

E essa ligação do Pontífice polonês com o futebol chegou até o Brasil e se estende até os dias de hoje.

Em sua visita ao país em 1980, João Paulo II teve contato com dois grandes times brasileiros. Primeiro, tirou uma foto em seu carro com uma pequena bandeira do Flamengo. Depois, também recebeu uma camisa do Fluminense, cuja torcida logo adotou a música “A bênção, João de Deus”, composta por Péricles de Barros.

Atualmente, São João Paulo II é padroeiro do Fluminense, ao lado de Nossa Senhora da Glória.

Entretanto, a relação de João Paulo II e do futebol não se restringiu ao campo, mas se demonstrou também nos discursos. Em diferentes ocasiões o Pontífice mencionou o esporte, sempre destacando a sua importância para a promoção de valores como a tenacidade, o espírito de sacrifício, o respeito mútuo, a lealdade, a amizade e o trabalho em equipe.

Em um discurso aos atletas da equipe de futebol Ascoli, em 1980, o Pontífice expressou o desejo de que “a vossa profissão desportiva se inspire sempre nos nobres ideais da lealdade e da coragem, da retidão e da nobreza”, acrescentando os bons desejos “pela vossa profissão cristã, a qual, longe de estar em posição de estranheza ou de contradição à primeira, deve antes integrá-la, obviamente com a contribuição também de outros fatores, e juntamente elevá-la para que a vossa própria personalidade seja completada”.

“Em palavras mais simples quero dizer-vos: assim como sois bons jogadores, procurai também ser bons cristãos, sempre fiéis ao Senhor, à sua Igreja, à sua Lei de amor por Ele e pelos irmãos”, completou João Paulo II naquela ocasião.

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