O Bispo de Coimbra, Dom Virgílio Antunes, presidiu no domingo, 17 de junho, Missa em memória das vítimas dos incêndios que deflagraram há um ano em Pedrógão Grande e ressaltou que a esperança não morreu para tantos que viram a destruição.

“O mais surpreendente nisto tudo é que não morreu a esperança nestes homens e mulheres que viram a destruição à sua frente, sentiram a morte tocar a sua família e experimentaram a noite bem escura”, disse o Prelado em sua homilia, recolhida pelo site ‘Renascença’.

Em 17 de junho de 2017, um incêndio deflagrou em Pedrógão Grande (distrito de Leiria) e se espalhou por outros concelhos, provocando a morte de 66 pessoas e deixando cerca de 250 feridos.

Além disso, ao longo do ano, outros incêndios causaram vítimas em Portugal, como o ocorrido em outubro na região do Centro, que deixaram 50 falecidos.

Mesmo diante de tudo isso, sublinhou o Bispo, a tragédia ensinou ainda mais “o valor da pessoa humana em todas as situações, mas particularmente nas necessidades e no valor da solidariedade humana e material, o valor da proximidade expressa em gestos bem sentidos e visíveis e palpáveis”.

Para Dom Virgílio, “dificilmente se poderia encontrar maior sintonia e melhor comunhão, solidariedade e amor ao próximo como se construiu à volta desta causa”. “Ninguém ficou de fora!”, afirmou.

Neste um ano dos incêndios que assolaram a região, o Bispo ressaltou que a população está marcada pelo “sabor da dor e da saudade”, mas também pela “força da esperança”.

“Agradecemos o testemunho de fortaleza interior dado por este povo a uma sociedade débil nas suas convicções e o grande espírito de serviço, a atenção aos outros e a coragem para enfrentar as situações difíceis”, acrescentou.

Além disso, o Prelado indicou que os ocorridos apontam para “o dever de trabalhar em favor de uma ecologia integral que respeite as legítimas aspirações das populações destas regiões interiores, que respeite o meio ambiente, que promova uma economia sustentável e que possibilite o acesso a bens e serviços essenciais em pé de igualdade com outros cidadãos”.

Segundo Dom Virgílio, a tragédia dos incêndios de 2017 ensinou sobre o que se deve fazer “no domínio do urbanismo, ordenamento do território, meios de defesa e combate, na reflorestação e nas comunicações” para prevenir situações futuras.

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