Dois dias depois que a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou o projeto que legalizará o aborto no país, o Papa Francisco criticou esta “moda”, a qual comparou com o que os nazistas faziam.

Durante uma audiência no Vaticano com membros de uma associação de famílias, o Pontífice afirmou que “no século passado, todo mundo se escandalizava com o que os nazistas faziam pela pureza da raça”, porém, “hoje fazemos o mesmo com as luvas brancas”.

Improvisando em seu discurso, o Papa assinalou que o aborto “está na moda, é normal”. “Em uma gravidez na qual a criança não está bem ou possui alguma malformação, a primeira oferta é: ‘vamos tirá-la?’. O homicídio das crianças. Para deixar a vida tranquila, mata-se um inocente”, manifestou.

Para que se entendesse melhor, o Papa recorreu a um exemplo: “quando era criança, a professora nos ensina o que os espartanos faziam quando nascia uma criança com malformações: levavam-na ao monte e atiravam-na do penhasco, para salvaguardar a pureza da raça. Uma atrocidade, mas nós fazemos o mesmo”.

“Por que você não vê anões nas ruas? Porque o protocolo de muitos médicos diz: ‘Vem deformado, livremo-nos dele’”.

Em resposta, Francisco defendeu que “os filhos se recebe como vierem, como Deus os envia”.

Durante sua intervenção, Francisco fez uma nova defesa da família e repetiu que um casamento é formado por um homem e uma mulher, além de incentivar que tenham filhos, pois são um bem para toda a sociedade.

“Também, nos dias de hoje, faz mal dizer, fala-se de famílias ‘diversificadas’: vários tipos de famílias. É verdade, a palavra ‘família’ é uma palavra análoga, porque fala-se da ‘família’ das estrelas, das ‘famílias’ das árvores, das ‘famílias’ dos animais… é uma palavra análoga. Mas a família humana à imagem de Deus, homem e mulher, é uma só. É uma só”.

Além disso, o Papa afirmou que “o nascimento de filhos constitui a maior inversão para um país e é a primeira condição de sua prosperidade futura”.

Com 129 votos a favor, 125 contra e uma abstenção, a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou na quinta-feira, 14 de junho, o projeto do aborto, o qual agora passará a ser discutido no Senado.

A iniciativa recentemente aprovada permite o aborto livre até a 14ª semana de gestação; e até os nove meses de gravidez em casos de violação, risco de vida e saúde para a mãe e inviabilidade fetal.

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