Pe. Cornelius Kola se salvou de morrer durante um ataque perpetrado na madrugada do último dia 28 por um grupo de pastores da etnia fulani, que professam o Islamismo, contra o seminário onde ele vive na Nigéria.

O sacerdote informou à mídia local que os delinquentes entraram no Seminário Menor do Sagrado Coração, localizado na cidade de Jalingo, no Estado de Taraba (na fronteira com Camarões), por volta de 1h.

“Ordenaram que um aluno os levasse até o meu quarto. Eu saí e encontrei mais de cinco homens armados. Imediatamente quando eu apareci, um deles disse ‘olhem, matem-no’, mas outro homem se opôs”, contou.

“Eles me bateram com as suas varas e, quando caí no chão, um deles disparou na minha perna, depois fugiram”, continuou Pe. Cornelius Kola.

Os vândalos, segundo o sacerdote, quebraram o para-brisa do seu carro e atiraram na sua janela, destruíram uma televisão e outros bens.

O sacerdote afirmou que os fulani o agrediram porque frequentemente pede que eles ‘deixem de invadir” o seminário, onde os muçulmanos cortam árvores, alimentam as suas vacas e as colocam para pastar.

Por sua parte, o Bispo de Jalingo, Dom Charles Michael Hammawa, expressou o seu alívio, pois o ataque não provocou vítimas mortais.

“O Pe. Kola só tinha dito aos pastores fulani que deixassem de usar o terreno da escola para pastagem e eles o procuraram à noite”.

“É lamentável que, como igreja, nós só educamos as crianças para que sejam bons cidadãos do país e agora sejamos vítimas de ataques não provocados”, assinalou.

Também manifestou sua preocupação pelos ataques dos fulani em Jalingo, o que é “um indicador de que a situação da nossa segurança neste país se tornou extremamente ruim”.

“A responsabilidade principal do governo é a proteção das vidas e das propriedades. Nós continuaremos pedindo-lhes que assim seja”, acrescentou.

Finalmente, Dom Hammawa comentou que muitos estudantes se esconderam atrás dos arbustos durante o ataque ao seminário e foram obrigados a fechar a instituição durante uma semana, a fim de que os meninos voltassem para suas casas e se recuperassem do trauma.

O ataque ocorreu poucos dias depois da marcha organizada pela Conferência Episcopal da Nigéria para pedir justiça ao governo pelos assassinatos dos cristãos perpetrados pelos membros da etnia fulani.

Em abril deste ano, um grupo destes pastores muçulmanos invadiu a paróquia St. Ignatius, em Ukpor, no estado de Benue, enquanto a Missa estava sendo celebrada e massacraram dois sacerdotes e cerca de 17 fiéis.

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