Depois da Oração do Ângelus no último domingo, o Papa Francisco afirmou que a nova Beata Leonella Sgorbati é sinal de esperança para o mundo.

O Santo Padre recordou que no sábado, 26 de maio, em Piacenza, no norte da Itália, “foi proclamada beata Leonella Sgorbati, irmã missionária da Consolata, assassinada por ódio à fé em Mogadíscio (Somália), em 2006”.

“A sua vida frequentemente consumada pelo Evangelho e a serviço aos pobres, e também o seu martírio, representam um compromisso de esperança para a África e para o mundo inteiro. Rezemos juntos pela África, para que exista paz”, disse o Santo Padre.

Em seguida, o Papa rezou uma Ave Maria com todos os fiéis presentes e pediu a intercessão de Nossa Senhora da África.

Além da luta contra o terrorismo muçulmano no norte da África e em países como Nigéria e Mali, há muitos conflitos nesse continente. Muitas vezes o Papa encorajou a busca pela paz na República Democrática do Congo, na República Centro-Africana e no Sudão do Sul.

Beata Leonella Sgorbati

O Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, presidiu a Missa de beatificação da religiosa italiana, assassinada a tiros em 17 de setembro de 2006, ao sair do hospital onde trabalhava na Somália.

Na Catedral de Piacenza, o Cardeal Amato destacou que as últimas palavras da religiosa foram “perdoo, perdoo, perdoo”.

“As mesmas palavras de Jesus quando perdoou aqueles que o crucificaram: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem’. Estas palavras são a carteira de identidade do mártir cristão”.

A Irmã Leonella Sgorbati nasceu em Rezzanello (Itália), em 1940. Entrou para a congregação das Missionárias da Consolata aos 23 anos. Estudou enfermagem na Inglaterra e foi enviada ao Quênia.

No ano 2000, começou a formar enfermeiras e parteiras no hospital S.O.S. Kinderdorf International de Mogadíscio, cujo primeiro grupo se formou em setembro de 2006.

O site das Missionárias da Consolata recorda que naquele mês também chegou “à Somália a notícia dos problemas no mundo muçulmano por algumas palavras pronunciadas pelo Papa Bento XVI em Regensburg”.

Em 12 de setembro de 2006, Bento XVI pronunciou o seu famoso discurso na Universidade de Regensburg (Alemanha), que a mídia manipulou para apresentá-lo como uma “ofensa” aos muçulmanos.

Após o assassinato da Irmã Leonella Sgorbati, Bento XVI enviou um telegrama com condolências às Missionárias da Consolata no qual rejeitava “com firmeza todo tipo de violência”.

Além disso, fez votos de que “o sangue derramado por tão fiel discípula do Evangelho se transforme em semente de esperança para construir uma autêntica fraternidade entre os povos, no respeito recíproco das convicções religiosas de cada um”.

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