A escultora e professora catedrática portuguesa Clara Menéres faleceu na quinta-feira, aos 74 anos, e o Museu do Santuário de Fátima elogiou, em nota, a obra desta artista que fez várias obras em “momentos-chave” da vida da Cova da Iria.

“A obra de Clara Menéres (…) situa-se, de fato, entre a modelação a investigação do mundo e do transcendente. Detentora de uma vasta cultura teológica, Clara Menéres olhava para a arte como uma forma de pensamento”, afirma a nota assinada pelo diretor do Museu do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte.

Clara Menéres é a autora da imagem para o túmulo de Santa Jacinta Marto, no Santuário de Fátima, obra feita no ano 2000, por ocasião da beatificação da vidente pelo Papa João Paulo II.

Também criou o presépio, em 2010, para a Basílica da Santíssima Trindade e, em 2016, atendeu a solicitação do Santuário para celebrar o Centenário das Aparições do Anjo, pedido que resultou em uma peça artística que se encontra sobre a porta da capela do Anjo da Paz.

Menéres também foi conselheira artística, integrando o júri de importantes concursos do Santuário, como “o que levou à criação das esculturas de Francisco e Jacinta (no recinto de oração) e à criação das obras de arte do novo presbitério inaugurado em 2016”.

Conforme assinala a nota, Fátima pontuou a vida desta autora nas diversas vezes que trabalhou a temática da Virgem de Fátima, em diversos espaços religiosos do país. Além disso, recorda que trabalhou múltiplas vezes no campo da medalhística e da numistática.

“O seu último trabalho neste campo artístico tem precisamente a temática de Fátima: criada para a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, a moeda comemorativa do Centenário das Aparições tem a sua assinatura”, pontua.

Durante sua vida, indica o site do Santuário de Fátima, Clara Menéres estabeleceu uma ligação muito próxima com este local e com a mensagem de Fátima.

“O Santuário de Fátima é um caso evidente de um espaço escolhido por Deus para aí se manifestar, através de Nossa Senhora, enviando-nos uma mensagem universal. O lugar não é indiferente nem desligado da Mensagem. As pessoas mais sensíveis sentem que, em Fátima, se tem vindo a construir um centro sagrado com um eixo que une o céu e a terra, um canal que eleva as vozes dos orantes e que envia, em resposta, as graças mediadas pela Virgem”, declarou em vídeo do projeto “Vozes do Centenário”, em 2017.

Clara Menéres era professora emérita da Universidade de Évora, escultora e investigadora em Arte, diplomada em Escultura pelas Belas Artes do Porto e doutorada em Etnologia pela Universidade de Paris VII; foi consultora da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, da Conferência Episcopal Portuguesa.

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