O último relatório anual do Observatório sobre a Intolerância e Discriminação contra os cristãos (OIDAC) informou que entre 2016 e 2017 houve um aumento nas hostilidades contra os cristãos na Europa, com mais de 500 casos de intolerância documentados.

Ellen Fantini, Diretora Executiva do Observatório, assinalou que os casos “representam a variedade das hostilidades que os cristãos vivem diariamente: desde fazer pressão para interferir com a liberdade religiosa, direitos dos pais, liberdade de expressão e de consciência, e os ataques físicos e vandalismo nas igrejas e nos cemitérios”.

O relatório de 2018 foi publicado no dia 1º de maio e contém 80 páginas.

Os 500 casos de intolerância incluem 155 crimes de ódio contra os cristãos em 18 países europeus, que foram apresentados pelo Observatório ao Escritório das Instituições Democráticas e Direitos Humanos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), para que sejam acrescentados em seus relatórios de crimes de ódio em 2017.

Como indica um comunicado do Observatório, vários desses crimes de ódio foram manchetes em diversos jornais.

Em 9 de fevereiro de 2018, por exemplo, um tribunal em Traunstein (Alemanha) sentenciou um muçulmano afegão de 30 anos à prisão perpétua pelo assassinato a punhaladas de uma afegã convertida ao cristianismo. O crime foi cometido diante dos filhos desta mulher.

Outro caso foi o de Ahmad Alhaw, um muçulmano condenado à prisão perpétua no dia 1º de março de 2018 por ter matado uma pessoa e ferido outras sete em um ataque com uma faca em um supermercado em Hamburgo, em julho de 2017.

Entretanto, Fantini assinalou que “os crimes de ódio reportados à OSCE não transmitem uma imagem completa da situação dos cristãos na Europa”, porque “constituem apenas uma parte das pressões que os cristãos enfrentam”.

Em toda a Europa, os cristãos foram castigados por exercer a sua liberdade de expressão ou de consciência.

Um dos casos é o de Felix Ngole, expulso da escola de pós-graduação por ter expressado seus pontos de vista cristãos na sua conta de Facebook; e o outro é o de Richard Page, um cristão que foi demitido como juiz depois de dizer que é melhor que uma criança seja criada por uma mãe e um pai.

“Cada vez mais, vemos negócios administrados por cristãos financeiramente arruinados, cristãos que foram obrigados a escolher entre os seus valores morais e as suas profissões, grupos de estudantes cristãos silenciados nos campus e interferência excessiva do governo nos direitos dos pais”, advertiu Fantini.

Finalmente, recordou que “os direitos fundamentais à liberdade religiosa, de consciência e de expressão não têm sentido se não puderem ser exercidos livremente por todos os europeus”.

Confira também: